Chegamos ao fim, ao fundo do poço
e, num final à la Monty Python, já me vejo a cair no fim de uma Terra plana
fluindo numa cachoeira rumo ao espaço sideral. O Brasil está mergulhado em uma
crise, e quem nos dera esta fosse apenas uma crise econômica. Não o é. Ela é
uma crise social e institucional; uma profunda crise ética. Estou perdida num
país que desconheço, pois, sinto que o mundo está ao contrário e que ninguém havia
reparado nisso. Afinal, quando foi que
ele deu esta cambalhota e se pôs de ponta cabeça; pés para o céu e todo o
sangue correndo para a nossa cabeça? Quando deixamos de pensar, de enxergar?
Não temos mais para onde correr e,
encurralados entre medíocres aproveitadores de um lado e megalomaníacos
gananciosos de outro, a vontade que nos dá é mesmo a de pegar o primeiro avião
para bem longe. Para muito, muito, muito longe mesmo e sem destino definido
porque quase qualquer lugar no mundo começa a parecer melhor do que esse aqui. Porque
a impressão que tenho é a de que não há nada a salvar num país que definha nas
mãos de uma esquerda corrupta e hipócrita e de uma direita arcaica, também
corrupta, e imbecil.
Ó vergonha! Como ignorar os mais
de 21 bilhões de Reais roubados pelo PT e todos os outros “Ps”, partidos
aliados (seus comparsas) ou não, num país onde faltam escolas, não há segurança
nas ruas, tantos morrem por falta de atendimento hospitalar e onde, ainda hoje,
muitos passam fome? E como, ao mesmo tempo, ignorar que há tantos outros desvios
do dinheiro público que grassam em todos os estados e municípios dessa nação
cometidos por todos os diversos partidos políticos apenas em benefício próprio?
Não há quem defender, não há em quem confiar. Não há a quem recorrer. Não há
luz, nem sequer de toco de vela, no fim desse túnel o qual, todos juntos,
cavamos. Afinal, quem deu tanto poder a tanta gente abjeta se não nós?
Ó vergonha! Quanta gente medíocre
e retrógrada, gente de alma tão pequena e de capacidade mental discutível a nos
representar. Um congresso delas! Como não se assombrar com o desfile de
absurdos ditos ao microfone por parlamentares que deveriam nos representar num
momento tão solene e delicado, tão importante para todos nós? De fascistas e
fanáticos religiosos a uma esquerda anacrônica e hipócrita, vimos e ouvimos
discursos assustadores e tivemos a certeza de que estamos, definitivamente,
perdidos. E, de um repente, é possível compreender como conseguimos ter o
Senhor Eduardo Cunha como líder deste triste plantel.
Sinto-me perdida e triste. Profundamente
triste porque percebo o quão distante estamos de algo a que se possa chamar
verdadeiramente de Nação. Somos mesmo isso que vemos: um amontoado de gente que
nasceu para tirar vantagem uns dos outros e ponto final? Ó meu Deus, pare este
meu Mundo porque eu quero descer!