Um Tempo
O tempo passa
rápido. Passa. Todos nós ouvimos isso vez ou outra ao longo da vida e não damos
muita importância ao tal vilão enquanto somos jovens. Verdade. E a verdade é
que realmente não devemos dar muita importância a tal passagem do tempo. Dane-se
o tempo. Somos quem somos, não o deixaremos de ser com a tal passagem de anos
mesmo que eles se multipliquem às centenas.
Sou a mesma. Numa
versão aperfeiçoada por dentro; verdade. Não tenho saudades da velha Mari e seus
medos e angústias. A vida agora é muito melhor sem nenhuma sombra de dúvida,
mesmo que muitas coisas que eu amava já não façam parte da minha vida como
antes faziam. Noitadas à deriva... não; obridadinha.
Sou a mesma. Numa
versão muito piorada por fora. Verdade também. E isso me assusta um pouco; às
vezes, muito. E em momentos de fraqueza, vez ou outra, batem saudades grandes
do corpinho que eu habitava aos 25, aos 30 e muitos, e até aos 40 e poucos... Pois,
sou uma alma pequena e apegada à matéria. Uhh; falta-me o desapego que apenas
as almas elevadas têm. Sou mesmo tosca e ver a mudança física para pior
incomoda.
Entretanto,
mesmo assim, um tanto parva, envelhecer me assusta muito menos do que
imaginava. E isso é ótimo! As doenças ainda não chegaram. Ok, ok... as costas
doem um pouco em alguns dias. O tal do climatério me bagunça e faz com que eu
tenha que me adaptar a um organismo em rebeldia. Um saco! Contudo, para quem já
passou pela pré-adolescência, viver a “pré-envelhecência” é molezinha. Garanto.
O fato é que, de
fato, não há o que temer apenas e simplesmente pela passagem do tempo. A vida é
assim. Florescemos e depois viramos pequenas sementes para futuras flores,
dando, assim, espaço à nova vida. E isso é muito bom e bonito de perceber. Hoje,
para além de muito que ainda quero ver e fazer, dá-me imenso prazer acompanhar
o florescimento das minhas sementes. Lindas.
E quando algo me
aperta o peito. Depois de ter visto tanto tempo passar, eu já aprendi a dar um
tempo para que tudo passe.
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