Estação Alto do Ipiranga |
Apesar de ter sempre muito a reclamar do governo, dos políticos, do trânsito e, enfim, de uma lista enorme de problemas tão comuns a nossa realidade paulistana, devo dar meu bracito a torcer e confessar: o Metropolitano paulistano dá-nos imenso orgulho de ver. Sei que temos grandes problemas relacionados ao mesmo: obras em atraso, linhas novas, mas já deficitárias no que tange ao número e extensão das mesmas, acidentes absurdos durante a sua construção como o trágico afundamento do solo que tragou pessoas, veículos e tudo o que havia a seu redor em Pinheiros há alguns anos atrás. Contudo, a qualidade do serviço, das novas estações ultramodernas e seus carros cheios de estilo surpreende a qualquer um nesta terra de meu Deus. Palavra de honra!
Lembro, depois de anos vivendo fora de Sampa, da primeira vez que utilizei a estação do Alto do Ipiranga e me assombrei com o que vi naquele cenário que mais parecia ter saído de um filme alemão ou japonês. A estação encheu meus olhos com sua luz verde futurista, sua cúpula de vidro a refletir o céu azul e seus painéis coloridos que davam ao frio concreto do amplo ambiente de túneis intermináveis um calor humano sem igual. Aquele ambiente, tão distinto da idéia e lembrança que eu tinha do meu Metrô, fez com que eu me torcesse toda para conseguir ler a poesia impressa em letras grandiosas em suas paredes enquanto eu descia pela escada rolante. Pensei: genial!
Estava num ambiente humanizado, pensado para trazer a seu usuário muito mais do que uma forma rápida e segura de transporte, ali tínhamos cuidado e carinho expressos em forma de uma beleza que enchia os olhos. Na verdade, temos várias estações que nos trazem muito mais do que o serviço para o qual esta foi idealizada - há exposições sobre temas variados o ano inteiro, espaços para a música, poesia e as artes plásticas, projetos como a Biblioteca do Metrô e o projeto Embarque na Leitura que facilitam e incentivam a leitura de forma prática e democrática, a acessibilidade completa aos portadores de deficiências e funcionários preparados e prontos para auxiliá-los caso precisem; ou seja, um mundo de coisas boas sem exagero nenhum.
Estação de Pinheiros |
Claro que nada disso teria valor se o Metrô não cumprisse sua principal função: o transporte mais rápido e barato de seus usuários. Bem, optei por este meio de transporte nesta semana em que meu trabalho me levou para as imediações da estação Portuguesa-Tiête do Metrô sem qualquer sombra de dúvida, posto que as vantagens me parecessem muito mais agradáveis do que a opção de passar muito tempo dentro do meu carro e, não me arrependi: Levei cerca de 30 minutos e gastei R$ 9,90, que incluem estacionamento para o dia todo e as passagens para percurso de ida e volta para percorrer 11,3 km às 07h30min da manhã, isto desde o momento que estacionei meu carro no serviço de estacionamento vinculado ao Metrô na estação Santos-Imigrantes até chegar a estação Tiête, de maneira tranqüila e confortável já que pude até sentar-me durante quase todo o percurso. Tudo pago com os créditos comprados no próprio guichê do estacionamento e colocados no cartão magnético destinado para este serviço.
Bem, como se todas estas vantagens comprovadas nesta semana ainda não bastassem, hoje aconteceu algo que merece ser retratado e que me motivou a escrever o texto da semana. Pela manhã foi-me impossível colocar meu carro numa vaga onde não atrapalhasse a nenhum carro e, meio a contragosto, tive que deixar a chave de meu estimado Jacques com o pessoal do estacionamento. Bem, deixar chaves no estacionamento não chega a ser nenhuma novidade, contudo minha placa não havia sido anotada o que me deixou meio assim-assim. Mas, como de costume, resolvi que deveria confiar nas pessoas que estavam ali. Devo dizer que, além de não ter motivos para me arrepender da confiança dada, ainda fui mais uma vez surpreendida pela eficiência daqueles que trabalham no local. Isso não apenas porque nada ocorrera com meu carro, mas pelo fato de, ao ver-me chegar, o funcionário ter vindo em minha direção para me auxiliar e, quase sem esperar que eu terminasse minha frase dizendo que as chaves haviam ficado com eles, respondeu: Eu sei, seu carro é aquele Clio preto ao lado do Sandero, as chaves estão no painel. Sabendo que eu não sou uma mulher que chegue a impressionar ninguém e chamar a atenção pensei: Como ele lembra qual é meu carro e quem sou eu depois de ver-me brevemente pela manhã? Eita eficiência sô! Parabéns a Companhia do Metropolitano de São Paulo e aos funcionários que nela trabalham, principalmente aos rapazes que trabalham no estacionamento da estação Santos-Imigrantes, por toda a eficiência e dedicação ao seu trabalho. Vocês têm a minha admiração. Muito obrigada.
Serviço de Estacionamento integrado ao Metrô |
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