Queria caminhar, caminhar
e caminhar, e caminhar mais.
andar tanto e, por cansaço, esquecer,
esquecer promessas não ditas,
esquecer a esperança n’aquilo
que não se vê.
exaurir pernas até que
a dor fosse o único pensamento
possível de existir.
E assim, o coração ocupar-se-ia
apenas da dura tarefa de carregar
um pouco de sangue a toda parte do corpo
consumido pelos passos.
e, então, ficaria para todo o sempre
calado no peito o ingênuo pássaro azul
que, apesar de tudo, ainda
cisma
que deve cantar.
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