Hoje vi Diego
Costa, jogador do Atlético de Madrid, chorar porque sentiu uma fisgada na perna, (como
por cá dizemos), e teve que sair da final do Campeonato Espanhol. Chorava não
pela dor em si, mas pela impossibilidade de jogar, porque aquela era uma
partida importante, porque a final da Champions League está logo aí, porque a
Copa do Mundo ocorrerá em menos de um mês e ele, brasileiro de nascimento,
defenderá a Espanha no Mundial.
Apesar de eu
torcer sempre pelo Barcelona, ou quase sempre. Hoje estava realmente dividida
entre o time que muito me encanta há anos (mesmo não sendo o meu time de alma e
coração, que este sempre será o meu Corinthians) e a possibilidade de ver o grande
trabalho de Diego Simeone dar frutos e do Atlético ser campeão da Espanha
depois de 18 anos.
O Atlético
sagrou-se campeão e, por isso, muitos homens choraram. Choraram de alegria pela
vitória mais que desejada ou de tristeza porque não havia sido desta vez; e
esta é a essência do futebol: a emoção. Nem sempre justo, nem sempre com o
melhor a vencer o campeonato, nem sempre seguindo a lógica e a razão, mas
sempre cheio de emoção; assim é o futebol, algo que se move e que nos move
muito para além do fato de haver 22 homens a perseguir uma bola. Futebol é, e sempre
será, apaixonado e apaixonante.
Por isso gosto
tanto deste jogo. Por esta paixão quase tive um enfarte do pobre do miocárdio
durante o ano de 2012. Ano que jamais esquecerei porque vi, em 12 meses, o meu
time ser campeão da Copa Libertadores da América e bater os ingleses do Chelsea
na final do Mundial no Japão. Aquilo, para mim, foi mais emocionante e melhor
do que Natal quando a gente é criança ou do que ganhar qualquer Copa do Mundo. Aquelas
vitórias foram únicas e mágicas e me fazem, até o dia de hoje, sorrir quando me
lembro do que vi e senti naqueles dias.
Pois, apesar de
toda esta paixão e de ir aos jogos da Copa do Mundo aqui em meu país, (não podia
perdê-los e dá-me quase vergonha por isso). Bom, apesar disso, pouco tem me
empolgado o tal Campeonato do Mundo porque o vejo de perto, aqui no meu
quintal. E vejo com mais clareza do que nunca que numa Copa do Mundo a beleza do
futebol é o que menos importa. Este não é um campeonato de paixões por times,
ele é um campeonato de paixão pelo dinheiro e pelo poder que traz o tal
dinheiro.
Não me restam
dúvidas de que se eu vivesse noutro país, (num país mais honesto para com seu
povo como a Alemanha ou o Japão, por exemplo), não me sentiria tão incomodada e
não veria tanta coisa errada diante de meu nariz. Mas não vivo, e o que tenho
visto é apenas a sublimação daquilo que eu sempre soube: o Brasil é um país
hipócrita, corrupto e completamente incompetente. O que me faz lembrar uma
canção do Ultraje a Rigor posto que “a gente ainda somos inútil”, não? Bem
talvez não todos nós, mas está difícil tentar escapar da tal pecha, ou mudamos
e a gente já sabe escolher presidente? Será?
Bom, enquanto não
acertamos nas nossas escolhas, o tal do legado da Copa serão estradas não
acabadas, entornos tortos, trens e metrôs que não existem, aeroportos pela metade ou nem isso, um bando de estádios
para jogarmos os nossos campeonatos que vão mal das pernas, (obrigada), muito dinheiro gasto à toa, e o
Mundo com a certeza de que eles haviam se equivocado sobre nós. Não, não somos
uma quase potência e o futuro ainda não chegou por aqui. E, apesar de eu ir sim
aos jogos, pois a carne é fraca e me incluo no meio dos inúteis do país, fica
cá dentro a pergunta – Não dá para começar tudo de novo, não? Bora fazer um “reboot”
na bagaça toda?
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