A vida é breve. Disso
todos nós sabemos, e o sabemos mais claramente quando, de repente, nos vemos à
beira dos 40 anos. Os anos passam e não nos damos conta, é verdade. Contudo, e
apesar da brevidade da vida, às vezes ela nos parece longa demais, difícil
demais, pesada demais. E como isso pode ser? Nessa semana, uma semana difícil
como poucas para mim, pois parece que Deus resolveu mostrar-me “in loco” o quão
tênue pode ser a nossa vida, li e ouvi frases que se grudaram a mim feito
tatuagem.
O cineasta, Guel
Arraes, sobre a perda precoce e inexplicável de seu sobrinho, Eduardo Campos,
disse: “O amor é a única arma que temos contra a morte.” E este, o amor, que
nos parece frágil tábua de salvação, deveria ser mesmo a única e maior razão
para todas as coisas que fazemos nesta vida. Nossa única arma. Apenas por amor
deveriam ser tomadas as decisões em todo e qualquer caso, apenas por ele, então,
seriam feitas as leis que nos regem. Apenas em nome do amor aos outros, ao que
fazemos e a nós próprios, seriam então realizadas todas as obras humanas. E isso
seria tão bom.
É mesmo uma pena
que o amor, palavra que traduz todo o respeito, o carinho e o cuidado que temos
para com as pessoas, não reja todas as decisões tomadas neste mundo. Pois, se
assim o fosse, não teríamos guerras já que nenhuma delas faria sentido, e não compreenderíamos
termos como “indústria bélica”, “guerra santa”, “limpeza étnica” e tantos
outros que usamos hoje em dia como se fosse algo trivial. Eles não o são. São?
Lewis Carroll em
“Alice no País das Maravilhas” escreveu o seguinte diálogo:
“Alice: Quanto
tempo dura o eterno.
Coelho: Às
vezes, apenas um segundo.”
Pois, é verdade
que o eterno dura pouco, às vezes; que a vida dura pouco. E a pergunta que me
martela a consciência desde o dia no qual li tal trecho é: Se tão breve, e tão
cara a nós por sua brevidade, por sua natureza delicada, rara e sensível, por
que não andamos a cuidar melhor da vida? Por que ignoramos seu valor e permitimos
que tanto se faça contra ela? Não sei. Mas gostaria muito, e profundamente, de compreender
a nós mesmos melhor. Já que, talvez, em tal resposta houvesse alguma solução.
Ainda sem
repostas, deixo um beijo a todos nesta semana difícil, de um mês difícil, de
um ano cheio de guerras e conflitos muito para além do que qualquer amor pode suportar.
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