Relógio de Repetição
Erro, sei que erro.
Relógio de repetição de mim mesma,
repito-me num eco consciente
a cometer os mesmos erros de sempre.
Passa o tempo e continuo no mesmo minuto insensato,
o instante em que a razão fechou seus olhos,
o momento no qual eu,
de ponteiros frouxos, tomei gosto pelo rodar
sem o avançar das horas.
Os dias são iguais,
os meses são iguais,
os anos são iguais...
Mudam suas formas apenas as minhas saudades glutonas
que engordam e já não enxergam seus próprios pés
pequenos,
imóveis.
Falta-me a inteligência,
faz-me falta a força
faz-me falta a força
para empurrar as tais senhoras porta afora.
E por cá as saudades moram,
sentadas na minha sala de estar, a repetir
as mesmas ladainhas
tão minhas.
Erro. Eu sei que erro.
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