A Seca
Tudo parece igual num continuo tranquilo visto de longe.
A visão panorâmica da janela do meu quarto
mostra um Mundo mudo que não muda.
Ruas iguais com seus carros e suas gentes, cheias do
sufocante ruído da cidade
e da costumeira Indiferença
típica de tudo que é grande. Muito maior do que deveria ser.
Mundo grande, país grande, cidade grande...
E a alma da gente fica sem espaço para crescer. Amiúda-se,
encolhe ressecada pela rotina e seca.
Secos seguimos; caminhamos como antes nas mesmas ruas de
sempre
tão cheias de carros e de gente.
Porém, de perto, vistos da distância dos meus braços, somos
diferentes.
Não somos os mesmos que riam juntos e que não tinham medo de
chorar
porque havia o ombro do outro
que, por obra divina, era meu também nessa vida.
Hoje não conversamos.
Não nos importamos,
e não nos queremos
mais.
Secamos.
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