O Jardim
Bate suas asas a borboleta amarela e silenciosa
a voar por entre as flores num dia azul e tranquilo.
O pequeno inseto voa por seu jardim diminuto e dele
faz seu mundo seguro.
Não há nada para ela para além de seus altos muros que foram
construídos
com o tempo,
com a indiferença
e com todo zelo.
Ela o sabe bem, seu pálido mundo adequa-se tão bem à rotina
banal
que poderia ser chamado de: o lar perfeito.
Uma ode ao cotidiano sem sustos e sem medos...
Sempre as mesmas flores de cores pastéis,
o mesmo céu sem tempestades,
o mesmo sol morno de outono.
Sem sequer uma visão ou um sonido do sabiá que antes a
encantará
a cantar;
o sabiá que ela quis seguir como se com suas asas ela o
pudesse acompanhar.
Não podia.
Enamorada, a borboleta se esquecera de que não era ave e
pelo sabiá
caiu de amores como se isso fosse cabível. Plausível.
Não o era.
Sábio em seu bosque de carvalhos e segredos,
sempre soube o sabiá, apesar de achar muita graça
das pequenas asas frágeis a segui-lo com tanto empenho,
com clareza da sua natureza tão distinta.
Não passava de um inseto
a pequena borboleta.
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