Blá blá blá...
O mundo está
mudando lentamente, e apesar de nos parecer que tal mudança anda um tanto preguiçosa,
não haverá direito à marcha à ré. Disse isso a um amigo ao comentar um post
sobre o novo longa-metragem da Marvel, Pantera Negra e o quão valioso era
termos um filme como esse. E a frase ficou a flutuar na minha mente; à deriva. É
claro que muito está a mudar, afinal, não há alternativa para todos nós a não
ser caminharmos para frente. A mudança é nossa sina; nascemos para evoluir.
Bom, a frase não
foi bem essa, porque foi um tanto mais descuidada e reticente naquele momento. E
essa é exatamente uma das belezas da palavra escrita. Por isso gosto tanto de
escrever e acho tanto mais conforto na palavra escrita do que no que dizemos
todo santo dia. Podemos reescrever. Dizer melhor o que foi dito, e expressar
com mais clareza o pensamento que teve tempo para criar raízes na cabeça da
gente.
Entretanto, não
foi por isso que a tal ideia ficou a vagar pela minha cabeça sem destino certo.
Sem de mim se despedir. Creio na mudança e na tal evolução da humanidade,
vejo-a diariamente. E acredito que temos hoje uma sociedade mais igualitária e democrática
do que a que tínhamos 50 anos atrás. Contudo, ao mesmo tempo, percebo que o
passado, insistente, teima a voltar como as ondas do mar; de acordo com a força
dos ventos das marés.
O Presidente da
República Federativa do Brasil, Lorde Sidious a.k.a Michel Temer, decretou uma
intervenção federal/militar no Estado do Rio de Janeiro na última sexta-feira. E
apesar de concordar que a situação do Rio é insustentável, dá-me calafrios
imaginar que um Estado de exceção está a renascer no meu país. É óbvio que
estamos a anos-luz de distância de uma nova Ditadura por aqui, mesmo que a tal
intervenção deixe a impressão de que a democracia começa a falhar no Brasil. Contudo,
todos nós sabemos com que velocidade e força chegam as ressacas ao litoral do
nosso país, não?
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