Sem sair do lugar
Poderíamos dizer
que inesperadamente o Brasil parou. Que ninguém esperava por uma greve de
caminhoneiros que congestionasse o nosso mundo à esta altura do campeonato, aos
40 minutos do segundo tempo de nosso governo inepto e corrupto. Porque nós, a
maioria dos brasileiros, esperávamos uma despedida lenta, melancólica e sem
grandes sustos do Sr. Presidente da República Michel Temer, a.k.a Darth
Sidious, e seus comparsas.
Eleições para
outubro deste ano com um bando de candidatos que não têm muito a dizer para
além da retórica populista e barata, nós com uma esperança desmilinguida de que,
apesar de todos os pesares, a economia e a vida melhore no futuro. Ou seja,
estávamos a levar a nossa vidinha de gente pacata e com preguiça para o embate.
Entretanto, quem
nasceu para alcoviteiro jamais se mostrará alguém que toma a frente em casos de
necessidade porque essa não é sua natureza. E assim, este governo que nasceu do
conluio e seu representante, o seu Michel, tem se mostrado, há quase 02 anos,
de uma incompetência atroz para gerir toda e qualquer situação importante e
mais delicada. Vale aqui um parêntesis: (Não, não estávamos melhor antes e
muito provavelmente não o estaríamos com a Sra. Dilma no comando. Não 2, o
Senhor Lula não é a resposta para as nossas questões.)
Somando-se a
esta falta de habilidade de nosso “mandatário-mor” para o trabalho, temos visto
uma escalada ridícula dos impostos e taxas que, à la Robin Hood às avessas, tem
tirado o dinheiro da população para dar ao rico, inchado e custoso Estado
Brasileiro de maneira pornográfica. Ser brasileiro tem nos custado muito, muito
mais do que aguentamos.
Importando-se apenas
com seu umbigo, como de costume, a verdade é que o Palácio do Planalto não deu
ouvidos ao zum-zum-zum que vinha há tempos dos caminhoneiros autônomos e das
empresas de transporte; como não se importa com quase toda a reclamação do povo
em geral. Porém, quem pode, pode. E os
caminhoneiros cruzaram seus braços, fecharam nossas estradas, e estamos todos
nós sem sair do lugar. Nosso mundo parou e o sacode pelo qual estamos a passar
nesse momento mostra que vivemos numa terra de ninguém; sem uma liderança
respeitada e sem respeito por todo e qualquer cidadão.
Não temos
gasolina, atrasam-se voos, começam a faltar remédios e alimentos, e aqui em São
Paulo buscamos um Posto de gasolina que esteja funcionando como se estivéssemos
em busca do Santo Graal; a paz e a felicidade são um tanque cheio de
combustível. Estamos parados e, me parece agora, a um passo de um país que
poderia ser o cenário de um romance de José Saramago.
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