domingo, 12 de janeiro de 2020

O Paraíso Particular




O Paraíso Particular

O paraíso não existe enquanto localização geográfica real e nunca existiu, a menos que acreditemos em Adão e Eva e na doce maça. O que não é o meu caso. Entretanto, a verdade é que podemos criar um paraíso particular e único, vez ou outra, sem muito esforço. O paraíso, apesar de não existir, pode ser real apesar de finito. Sim, a felicidade e o tal paraíso são efêmeros como nos ensinaram Vinícius de Moraes e Antônio Carlos Jobim: “tristeza não tem fim, felicidade sim”. E, por isso, eles nos são tão caros.

Por volta dos trinta anos descobri que as crianças são a garantia da sanidade mental de qualquer adulto. Sim, eles nos enlouquecem porém, e ao mesmo tempo, são aquilo que não nos deixa de fato enlouquecer. Sendo assim, desde então, fujo para a segurança dos meus miúdos sempre que posso para com eles, sem muito esforço, compreender que a vida é bonita e que a felicidade existe sempre. Apenas anda escondida.

Alguns dos miúdos já cresceram. E de uma coisa tenho certeza: é muito bom vê-los grandes, gente feita, a tomarem decisões bem longe das nossas asas. Dói, verdade também. Mas este é um sentimento agridoce que mistura a nossa carência por não os termos mais grudados na gente e o enorme orgulho que sentimos ao vê-los caminhando sozinhos. C’est la vie!

Pois, me despedi de 2019, ano tão difícil, e vi 2020 chegar em grande estilo no meu paraíso: com Nico e Vitória sem me lembrar de que o mundo existe. Nada de festas, bebidas, roupas certas e ou quaisquer preocupações. Nada de Donald Trump ou do Seu Jair, nada de morte ou de guerra, nada de problemas para além de como fazer com que eles se alimentassem bem e não ficassem doentes. E foram tantas as brincadeiras e tantas as risadas que ainda agora consigo ouvi-las ecoando dentro de mim; as risadas que apenas as crianças sabem dar. Elas são o meu paraíso particular.

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