domingo, 9 de fevereiro de 2020

Sentidos


Sentidos

São cinco os sentidos conhecidos - tato, paladar, olfato, visão e audição - dados por Deus, ou pela natureza, (de acordo com a crença de cada um, ou a falta dela) para compreendermos o mundo. Ferramentas extremamente eficientes para que possamos perceber o que ao nosso redor se passa em detalhes e de maneira completa. Além, claro, do famigerado sexto sentido que parece pertencer mais às mulheres e ao mundo do cinema. Sei lá. Só sei que no meu sexto e misterioso sentido eu confio.

Sendo assim, tão aparamentados e preparados para o tal conhecer, sentir o mundo e compreendê-lo deveria ser sempre algo simples para nós, não? Pois, deveria. Contudo, o fato é que por muitas vezes nem armados de centenas de sentidos seríamos capazes de entender a complexidade do que acontece a nossa volta; ou mesmo dentro de nós.

É fato que não usamos todos os sentidos com a mesma habilidade, e que todos nós temos um sentido favorito, mais acurado. O sentido queridinho, podíamos dizer. Aquele que usamos com mais frequência e de maneira mais confortável para perceber e explicar a realidade que nos rodeia. Eu, como toda a gente, tenho o meu sentido favorito: o tato – compreendo o mundo com o toque das mãos. Apesar de achar que deveria ser com a tagarelice que comigo nasceu. Falar sem razão de ser e como se eu soubesse do que falo a mim me parece um dom. Faço-o sem pensar.

Desse amor pela fala vem o meu apreço pela palavra escrita, minha terapia particular e solitária. Escrever acalma a alma, alegra os dedos e acalenta as excitas elucubrações que habitam o meu cérebro. “Penso, logo existo.” postulou Descartes.  Sim, não somos nada sem o pensar. Contudo, de tanto pensar perdemo-nos em meio aos pensamentos de forma tão labiríntica que, por vezes, não sabemos mais o que pensar. Ah, as assombrosas caraminholas...

Seja lá como for, já que temos tantas ferramentas para perceber o se passa ao nosso redor, não nos deveria ser tão difícil, como muitas vezes é, entender o mundo e quem somos. Entretanto, mais do que perder o caminho quando nos deslocamos de uma lado para o outro, é dentro de nós mesmos que mais nos perdemos sem conseguirmos entender o que sentimos. E dá-lhe terapia! Seja ela como for. Mesmo que ela se dê assim, num texto cheio de palavras e com sentido apenas para mim.

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