O futuro
O Cheiro da chuva que caiu há dias
morna e intensa
alagando o mundo com sua música
paira no ar enquanto
Todos os seres miúdos festejam a vida
nas poças d’água que persistem;
insistem
Úmidos, meus pés agarram-se ao chão
que ainda se lembra da enxurrada de gotas pacíficas
Quando eu crescer e for algo para além de gente,
melhor do que gente
Quero ser árvore sem fim com minhas raízes prezas nas
profundezas da terra
mirando por cima das copas alheias
A ver o sol brotar no horizonte antes de que o mundo acorde
podendo ouvir, silenciosas,
às gotas de chuva deslizando pelas minhas folhas
pelos meus galhos
lentamente a descer pelo meu tronco
até deitarem-se ao chão a matar a sede da terra
No futuro quero, verdadeiramente,
ser parte do meu mundo
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