Mordida
dentes
teus dentes
na minha carne
mais dentes
meus dentes sorriem e os olhos se fecham
viajo egoísta por dentro de mim numa tempestade de sinapses
cérebro iluminado por milhões de estrelas cadentes
teus dentes
tua língua quente
e dentes
na minha carne macia
um arrepio desmedido, sem medos,
corre pela coluna vertebral abaixo e erguem-se todos os
pelos
desejo
te sirvo pernas, braços, ombro, os peitos
o corpo inteiro
devora-me sem perguntas ou questionamentos
dentes
teus dentes deixaram na pele
n’alma minha
invisível marca permanente
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