Azul
Eu quero a delicadeza imensa
desta presente ausência
silenciosa
Fala surda que sussurra na folha completamente
branca do papel
guardada na terceira gaveta do lado esquerdo
da escrivaninha
Palavras não ditas adormecem o sono leve
e morno
dos seres amados em pecado
(posso ouvi-las respirando baixinho)
Quero a teimosia da flor que nasce sozinha em meio ao
inverno
apenas pelo prazer
de poder fitar tranquilamente o céu azul mais claro
suave
frágil e delicado
sem pressa
a derramar o azul calado
em suas pétalas
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