quarta-feira, 27 de março de 2013

Um tanto quanto blue...



 


Carlos disse-me, indiretamente como apenas ele o sabe fazer, que meu problema é que procuro nesta vida alguém que me salve de mim mesma. E que isso... Bem, isso eu jamais encontrarei. Talvez ele esteja certo, talvez não. Mas a verdade é que mais do que deveria ser, por vezes, algumas vezes, dói-me demais a vida. E nestes momentos sinto-me muito pequena num mundo que me parece à imensidão. Momentos nos quais a tristeza parece ter a dimensão dos oceanos de tão verdadeira e presente; e ela fica tão forte e real que parece mesmo que, a qualquer instante, será capaz de engolir a alma que em mim habita. E devo confessar que, apesar de ter uma vida muito boa e feliz, o fato é que a tristeza mora aqui, sempre.

Pergunto-me se este será um fato que vem com os anos, e não sei dizê-lo.  Sei que o vejo em algumas pessoas em momentos de confissão, quando baixa-se a guarda momentaneamente e mostra-se a alma sem disfarces ou ilusões. Não creio que a tal tristeza viva em todos, claro que não; pois há os fortes por natureza, aqueles que não sentem para além da medida certa do sentir seguro e reticente. Grande sorte têm eles.  E acho mesmo que esta tristeza deve ser um tipo de aleijo d’alma, uma sensibilidade um tanto tola e sem sentido que aflige àqueles que, seja lá porque cargas d’água for, sentem a vida mais profundamente.  

Contudo, de uma coisa sei com toda a certeza. Sei que muitos de nós escondemos a tal tristeza muito mais amiúde do que pode parecer e, por isso, resolvi falar sobre ela aqui. Não para achar uma solução, que isso eu creio não existir. Mas apenas para dividir esta aflição que não é apenas minha, e assim, solidarizar-me com a tristeza que há em todo canto. Para que deste jeito, juntos, sejamos capazes de aceitar mais calmamente este defeito e aprender a conviver com ele seja lá como for: com remédios, exercícios físicos, alguma loucura, acupuntura ou meditação.

Agora, sei de algo que apesar de não curar tal deficiência d’alma ajuda muito e é porreira que só: a família (seja ela a biológica ou não) e os amigos verdadeiros que ganhamos durante toda a vida. Não há amuo, calundu, tristeza grande ou passageira, zanga ou manha e acabrunhamento que não melhore muito na companhia de quem se quer bem. E para a alegria de todos nós, (apesar de acharmos, às vezes, que queremos bem a uma pessoa só e que isso nos chega), há sempre uma boa porção de gente as quais amamos e que nos amam igualmente.

Por isso, aproveitando que a Páscoa está quase por cá, queria agradecer muito a todos vocês que são o doce que há nesta vida: minha família e meus amigos. Obrigada por terem me salvado de mim mesma tantas e tantas vezes, por toda a paciência, pelo carinho, pela companhia, pelos conselhos e pelas risadas que vocês trazem para a minha vida. Nada do que faço valeria qualquer coisa se não os tivesse comigo sempre; mesmo quando a distância parece nos separar. Amo-os eternamente.

Um beijo a todos os meus amigos e a minha família.

E um beijo melado àqueles que são a minha mais profunda alegria e paixão particular: Fábio Antônio, Lucas, Gigi, Pedro, Diego, Bianca, Victor e Nicolas - os meus meninos. 



Nenhum comentário:

Postar um comentário