segunda-feira, 30 de setembro de 2013

I'm a Fool To Want You







I'm A Fool To Want You

I'm a fool to want you
I'm a fool to want you
To want a love that can't be true
A love that's there for others too

I'm a fool to hold you
Such a fool to hold you
To seek a kiss not mine alone
To share a kiss that Devil has known

Time and time again I said I'd leave you
Time and time again I went away
But then would come the time when I would need you
And once again these words I had to say

Take me back, I love you
...I need you
I know it's wrong, it must be wrong
But right or wrong I can't get along


Without you



quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Cadernos


Perdi meus cadernos e sinto-me órfã,
daquelas orfandades onde faltam partes de si.
Perdi-os, mãe desnaturada e relapsa, e agora me resta
o lamento de quem sabe que errou,
que percebe a dimensão universal de seu crime.
Eles andam pelo mundo, e o assombro de que o mundo
possa andar por eles me apavora.
Nos cadernos há partes de mim que nunca foram vistas,
os profundos segredos obscuros de uma alma fingidora.
Neles reside, em absurda concomitância, o que de mais belo,
um dia, houve em mim.
Perdi-os.
Perderam-se
                   em aviões que partiram antes que eu a eles pudesse retornar.
Perderam-se
   em mudanças de casa,
           apesar de eu tê-los guardado numa caixa,
como muitos dos objetos que se perdem
nestas ocasiões
          por criarem pernas.
Perdi-os, e sinto que tenho filhos meus perdidos,
pois partes de mim andam por este mundo completamente
alheios a mim.

Perdi-os, e sinto-me perdida.

domingo, 22 de setembro de 2013

The Beatles - to be played over and over again



The Beatles - "1967-1970 (The Blue Album)" (2010 Remastered) [Full Album]

01. 0:00:00 "Strawberry Fields Forever"
02. 0:04:07 "Penny Lane"
03. 0:07:10 "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band"
04. 0:09:08 "With a Little Help From My Friends"
05. 0:11:56 "Lucy In the Sky With Diamonds"
06. 0:15:25 "A Day In the Life"
07. 0:20:33 "All You Need Is Love"
08. 0:24:21 "I Am the Walrus"
09. 0:28:57 "Hello, Goodbye"
10. 0:32:27 "The Fool On the Hill"
11. 0:35:27 "Magical Mystery Tour"
12. 0:38:16 "Lady Madonna"
13. 0:40:35 "Hey Jude"
14. 0:47:46 "Revolution"
15. 0:51:14 "Back In the U.S.S.R."
16. 0:53:59 "While My Guitar Gently Weeps"
17. 0:58:45 "Ob-La-Di, Ob-La-Da"
18. 1:01:57 "Get Back"
19. 1:05:09 "Don't Let Me Down"
20. 1:08:45 "The Ballad of John and Yoko"
21. 1:11:46 "Old Brown Shoe"
22. 1:15:07 "Here Comes the Sun"
23. 1:18:15 "Come Together"
24. 1:22:34 "Something"
25. 1:25:38 "Octopus's Garden"
26. 1:28:31 "Let It Be"
27. 1:32:23 "Across the Universe"

28. 1:36:13 "The Long and Winding Road"


quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Pais e Filhos




Papito e Mi, seguidos por mim numa tarde juntos.

Todo pai e mãe que se preza diz conhecer o filho como a palma da mão. Pois, numa contradição que parece um tanto quanto insólita, mas que não passa de um fato visto em sua totalidade e complexidade, esta é uma verdade verdadeira e uma ilusão idealista. Não há ninguém que conheça mais e, ao mesmo tempo, menos uma pessoa que seus pais. Somos aquilo que eles conhecem de cabo a rabo, do direito e do avesso; eu sei. Contudo, eu também sei que há os recantos que poucas vezes são vistos; os segredos de nossas vidas.

Pois assim o é, e na semana passada achei graça de minha mãe a conversar comigo sobre este assunto justo por causa de um dos textos escritos. De acordo com ela, eu não sou bem assim não como eu pinto e, além disso, ela queria saber quem viria a ser um “tal de um fulano de tal” e etecetera e tal. E apesar de tantos tais, a verdade é que ela está tão certa quanto errada. Não sou mesmo do jeito que eu pinto, apesar de não o deixar de ser. Pois esta é uma parte de mim, seguramente, apenas não é a parte que ela e meu pai conhecem tão bem.

Certo é, de acordo com meu vão pensar, que não há pessoa neste mundo que nos conheça completamente, nem mesmo nós mesmos; e segredos são uma parte fundamental da vida de cada um, de todos. Primeiro eles existem apenas por medo, como quando somos crianças e mentimos para não receber o castigo devido. Depois eles tornam-se uma questão de honra e sobrevivência numa adolescência na qual fazemos tudo aquilo que nos dizem para não fazermos por ser perigoso, proibido, um delito. Uma época na qual, suponho, somos seguidos de perto pelos olhos compridos dos anjos-de-guarda e, assim, sobrevivemos ilesos. O meu trabalhou muitíssimo bem, aliás.

Por fim, há os segredos que sempre existirão entre pais e filhos, aqueles que são guardados apenas para não preocupar demais e sem necessidade a outra parte. Nesta fase da vida quando muitas vezes os papéis se confundem um pouco, quando nós, os filhos, temos mais do que idade para sermos pais e, mesmo que ainda não o sejamos, cuidar dos que amamos nos parece ser mais do que um dever, um prazer. Bem, nesta fase segredos quase sempre existem apenas por um amor desmesurado por aqueles que, simplesmente, não queremos magoar. Desta forma, têm os pais seus segredos, e nós também os temos. Maneira simples de tentar fazer a vida do outro melhor; mais bonita. Uma maneira de dizer, sem palavras, que amamos demais àqueles que nos querem bem.

Um beijo a todos os amigos e um especial aos meus pais.


Mi e Papito, eu amo-vos muito e para todo o sempre.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

tempo



Dando tempo ao tempo, alimento-o
na vã esperança de quiçá transcendê-lo,
quebrá-lo,
retê-lo.
Porque todo o tempo do mundo não é o bastante
e, ao mesmo tempo, é tempo demais
quando tudo que nos resta é o tempo. Nada mais.
Tempo, tempo...
Queria poder dobrá-lo para não vê-lo passar
arrastado, arrastando-me, nos momentos nos quais deveria voar.
Tempo, tempo...
Queria poder pará-lo, congelá-lo para que o meu tempo não acabasse
antes do tempo chegar.
E o tempo, indiferente o tempo não chega.
Chega.


segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Um cadinho de Manoel de Barros



1
A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.

Não agüento ser apenas um sujeito que abre portas,
que puxa válvulas, que olha o relógio,
que compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.

Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem usando borboletas.


2
Um passarinho pediu a meu irmão para ser sua árvore.

Meu irmão aceitou de ser a árvore daquele passarinho.

No estágio de ser essa árvore, meu irmão aprendeu de

sol, de céu e de lua mais do que na escola.

No estágio de ser árvore meu irmão aprendeu para santo

mais do que os padres lhes ensinavam no internato.

Aprendeu com a natureza o perfume de Deus

seu olho no estágio de ser árvore aprendeu melhor o azul

E descobriu que uma casa vazia de cigarra esquecida

no tronco das árvores só serve pra poesia.

No estágio de ser árvore meu irmão descobriu que as árvores são vaidosas.

Que justamente aquela árvore na qual meu irmão se transformara,

envaidecia-se quando era nomeada para o entardecer dos pássaros

e tinha ciúmes da brancura que os lírios deixavam nos brejos.

Meu irmão agradecia a Deus aquela permanência em árvore


porque fez amizade com muitas borboletas


Para começar bem a semana, pois, Manoel é feito o Sol que chega e ilumina e colore a vida.
Boa semana!


quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Trilha Sonora para o dia de Maria



Música para celebrar a passagem de Maria por aqui. 
Hoje é dia de dizer até logo à menina.



terça-feira, 10 de setembro de 2013

crente


Sei que toda minha crença cega-me:
crença tola em tudo aquilo que sinto
que se vira contra ela própria
e feito cão,
a babar,
tenta morder o próprio rabo
na tola intenção de derrotar o inimigo
sem perceber, enlouquecido, que é a ele mesmo
que se vê refletido.
Roo-me, por dentro e por fora,
em vã tentativa de ferir e livrar-me daquela parte que mais me incomoda,
o eu teimoso, descomunal e apequenado, que crente segue,
perdido pelo tempo e espaço,
a crer, poético, patético, 
no sentir
de toda 
gente.


A (IN)utilidade das Palavras



Apesar de ser mais que óbvia a grande utilidade das palavras, usá-las com sabedoria é que são elas. Pois, infelizmente, e quiçá felizmente em vários momentos, para muitos de nós, os falantes (ou, antes, faladores), é quase impossível colocar um freio qualquer que seja nas tais. Para mim, que nasci tagarela por excelência, esta é uma habilidade ainda não desenvolvida como o deveria de ser. Na maioria das vezes não sei calar.
Falo, e mais ainda, escrevo pelos cotovelos e, como tudo aquilo que vem em demasia sempre há de ser para além daquilo que se precisa, afogo-me na enxurrada de letras que brotam desnecessárias pelo goela acima e pelos dedos abaixo. E, apesar de sentir-me muito bem com a possibilidade de expressar-me quase que livremente, (pois sempre há uma “censurazinha” aqui e acolá, obra máxima de meus recatos que, apesar de parcos, não me abandonam jamais), apesar disso, sinto que um quê de mistério a respeito de quem sou viria a calhar muito bem. Pois, isso de ser livro aberto acaba com a graça da estória, não? Falo sem pensar e, mesmo depois de pensar muito, dou-me por vencida, e desato a falar.

Entretanto, e sabedora de meus defeitos, (de alguns mais e de outros menos, como todo ser de carne e osso), sei também que o tal saber, aqui, não significa querer e, menos ainda, poder. Simplesmente não posso calar-me, não o consigo. E não o consigo porque isso de deixar de falar aquilo que passa pela cabeça e pelo coração soa-me inverossímil. Calar significa não poder ser quem sou. (Arre, que maçada! - diria o Pessoa) E, por isso, canso aos pobres dos ouvidos, e tiro do sério muita gente que, provavelmente, não o merece. Desafortunadamente, mérito não tem relação direta com a quantidade de palavras que dedico a alguém. O pobre do Carlos que o diga.

Desta mesma maneira, por tal motivo banal - a incapacidade de calar-me, cá estão estas palavras que saíram quase sem o meu querer; as espertas têm vida própria. Azucrinam-me, feito filho, até que me vencem e as deixo sair. Saíram e agora não há mais como voltar atrás. Não sei muito bem porque elas vieram com esta cara hoje, escolha inconsciente minha e escolha consciente delas, contudo sinto que vieram como uma maneira de pedir desculpas por muitas das coisas até hoje ditas. Talvez.

Porém, e a bem da verdade que deve ser dita, a verdade é que não me arrependo de nenhuma das palavras de carinho e amor que foram ditas ou escritas, apesar de ter consciência de que algumas delas não saíram da forma e no tempo certo. Arrependo-me, sempre, e sem precisar de muito tempo para isso (na maioria das vezes), de todas as palavras duras que já disse ou escrevi para alguém. Sei que estas machucam a todos, àqueles que as falam tanto quanto àqueles que as recebem e, desta forma, não têm razão de ser. Sinto muito por elas.

Apenas sei que estava com saudades de escrever aos meus amigos. Pois, cá está mais uma tagarelice inútil como toda boa tagarelice deve ser.

Beijo e boa semana.



A canção sobre palavras que mais me agrada ouvir. Mayra Andrade - Palavra

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Maria - o anjo em forma de menina

O texto abaixo data de alguns meses atrás, e foi escrito para contar um pouco da história de Maria que, por motivos que apenas os céus um dia poderão nos explicar, nasceu com uma doença muito séria; a Síndrome de Edwards, uma doença que limitava não apenas sua maneira de viver, mas também o tempo que aqui estaria.  Escrevi também porque me admirei com a força e a coragem com as quais os pais da Maria enfrentaram toda a situação. Maria foi e é muito amada e mimada por seus pais como sempre toda criança deve ser, e trouxe, apesar dos problemas, aos seus pais a alegria que apenas um filho pode trazer. Maria nasceu.
Hoje, a pequena bateu suas asinhas de anjo e partiu. E eu quero apenas desejar a melhor das viagens a pequenita que nos ensinou um bocado sobre o amor. Fica com Deus, Maria.

06.09.13


Maria




A menina Maria nasceu como milhares de outros meninos e meninas nascem todos os dias, e com ela, como com todos os filhos e filhas deste mundo, vieram toda a felicidade e toda a preocupação que chegam com o aparecimento de um amor que desconhece quaisquer fronteiras. Pois, desde o momento que nascem seus filhos todo e qualquer mãe e pai têm uma única certeza: eles nunca mais serão os mesmos. E ficam de pronto abestalhados com o poder de sedução deste ser tão pequeno que os invade e os cativa para todo o sempre.

E Maria sempre foi uma menina especial, pois ela foi especialmente desejada, especialmente esperada e, antes e acima de tudo, especialmente amada desde o primeiro minuto de existência simplesmente por ela ser quem é; por sua existência. Menina filha de pessoas que resolveram nela crer e por ela lutar de maneira incondicional e apaixonada. E lutou-se por ela pôr muito tempo, desde muito antes dela existir, e ainda se luta. E a pequena Maria luta também. Uma luta que jamais será justa por ela ser ainda tão pequena e indefesa e porque há lutas que são injustas porque, desde o princípio, sabemos que não poderemos vencê-las como gostaríamos. A vitória será dura e parcial. Uma vitória que apenas Deus e o tempo nos farão compreender.

Maria nasceu anjo e, como todo ser provido de asas, não ficará aqui por muito tempo.  A menina Maria, por suas qualidades aladas, por pertencer aos céus feito passarinho, não poderá ficar aqui parada, presa à Terra; e não há como impedir tal fato. Esta menina está além de onde estamos nós hoje e, portanto, simplesmente, não nos pertence; Maria veio de visita. Ela veio para mostrar sua força, para mostrar a capacidade incontestável e infinita do amor, e sem usar palavra alguma conseguiu dizer tudo isso e muito mais a seus pais.

Como sabemos todos nós, nunca estamos preparados para dizer adeus para ninguém. Nunca o estaremos. E tal dor e dificuldade tomam proporções oceânicas quando a este adeus inclui-se a palavra filho. E por mais força que eu faça, não conheço palavras para descrever tamanha prova divina e não consigo vislumbrar o tamanho deste sentimento. Sei que será muito difícil, talvez, a parte mais difícil da vida até o momento. E sei que tudo que posso fazer ou dizer será muito pouquinho, um quase nada. Contudo, sei também que apesar de assim não o parecer, pois fisicamente não será desta forma, Maria veio para ficar. Ela existe hoje e existirá para todo o sempre no coração de seus pais e de toda família. Ela será parte deles. Maria será sempre, e para todo o sempre, o mais puro e verdadeiro amor.

Um beijo especial e um cheiro para a menina Maria e para seus pais.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Teimosia


Ele bateu à minha porta
uma, duas, dez, milhões de vezes,
quem sabe se pensasse mais teimoso do que eu,
quem sabe?
Mais certo e justo do que eu cega à realidade,
imaginou que a lógica, como parece que nos deve ser,
vencesse sempre a emoção descabida,
vira-latas e aparvalhada.
Bateu à minha porta, mandou-me inúmeras mensagens,
e deu-se até ao trabalho de cartas endereçar-me,
o pobre coitado.
Mas não há, neste mundo, força maior do que a cegueira
do crer como nos ensina
a vida. Como eu mesma sei bem.
E assim, prostrado e vencido,
desistiu de convencer-me meu já esquálido
juízo.
Ele foi-se para nunca mais voltar,
e eu sorrio feliz, pois,
aqui,
por obra e glória de minha teimosia,
fez-se a morada
da fantasia.

domingo, 1 de setembro de 2013

Corinthians, 1.º de setembro de 1910

Paixão desde sempre e para sempre, nesta
e em todas as outras possíveis vidas.
Sport Club Corinthians Paulista,
o meu Timão, há 103 an0s comigo.