sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Let's fly

Blackbird
The Beatles

Blackbird singing in the dead of night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arise

Blackbird singing in the dead of night
Take these sunken eyes and learn to see
All your life
You were only waiting for the moment to be free

Black bird, fly, black bird, fly
Into the light of the dark black night

Black bird, fly, black bird, fly
Into the light of the dark black night

Blackbird singing in the dead of night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arive
You were only waiting for this moment to arive

You were only waiting for this moment to arive


segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

The Groove...

GReaT GRooVe

Mr. Steve Wonder,

                                  Pharrell Williams

   and DAFT PUNK.

o querer

queria voltar no tempo
queria voltar no tempo
queria voltar no tempo
voltar atrás
queria ter tido mais coragem e menos prudência
queria ter tido menos orgulho ainda nas veias
queria ter sido piegas e louca até o fim

queria ter te agarrado com unhas cravadas na carne para não fugires de mim
queria
queria um pouco de ti, aqui, comigo
queria que a saudade não doesse tanto assim
queria



sábado, 25 de janeiro de 2014

meu Carlos...

(Carlos Drummond de Andrade)

Não há tempo consumido
nem tempo a economizar.
O tempo é todo vestido
de amor e tempo de amar.

O meu tempo e o teu, amada,
transcendem qualquer medida.
Além do amor, não há nada,
amar é o sumo da vida.




...que saudade.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

borboletas






Passa solitária uma borboleta amarela, seguem-na borboletas;

multiplicam-se num balé silencioso,

música e poesia feitas

de cor.

E o azul do céu se alegra em laranjas, vermelhos e amarelos

suavemente
                                                      vivos,
leves,
                          sutis
e ligeiros.

Então, abro meus olhos úmidos a todo o cinza real

desta vida sem borboletas,

flores

e beija-flores que nos sobrou.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Sacudidas


 E de repente, não mais do que de repente, aqueles que pareciam resignados aos seus lugares neste mundo, posições pré-definidas e estabelecidas por sua renda mensal, algo como castas hindus não declaradas oficialmente aos quatro ventos, mas ainda assim sabida por todos, invadiram a praia alheia. E como quem pode, pode, e quem não pode se sacode neste país desde que Cabral pôs seus pezitos em nosso solo. Quem pode anda a chiar muito contra o absurdo que é esse bando de moleques da periferia a andar por onde não deveriam estar com seus bonés, suas músicas, seu mau gosto e falta de educação.

Pois é, dar um “rolé” é algo que a meninada paulistana faz desde que eu era menina, e não conheço adolescente que não tenha dado, pelo menos uma vez na vida, uma voltinha no shopping porque não tinha nada melhor para fazer. Eu mesma fiz isso uma ou duas vezes na vida. Mas, agora, a história é outra, não é? A verdade é que eu não acho que este seja um protesto social em sua essência, apesar de agora estar sendo, claramente, usado como ferramenta política. Contudo, é sim o reflexo de nossa condição brasileira de sermos uma nação injusta para com os seus cidadãos. 

A grande diferença desta molecada da periferia, e da época que eu era uma parte deles, é que esta de agora pode mobilizar-se como nós não podíamos e nem sequer imaginávamos 30 ou 20 anos atrás. E as ações tomam proporções maiores quando publicadas nas tais redes sociais, pois que  o grupo de amigos virou uma multidão nos dias em que apenas um telefone celular pode garantir nossa conexão com o Mundo. E mais uma vez, percebo o valor real das tais redes sociais, elas são amplificadores e fazem muito barulho. Taí. Gostei de ver.

É, gostei de ver os que não podem a sacudir o nosso mundo, o mundo daqueles que se acham seres mais bem educados, bonitos, mais bem vestidos e, portanto, possuidores do livre direito de ir e vir neste país sem perceber que a merda fede. É, ela fede. Claro que eu, como todo ser humano, não gosto de ser incomodada, quem gosta? Porém, achar que podemos passar por esta vida a ignorar todo o mal que nela existe e todas as coisas erradas que acontecem e, ainda assim, vivermos felizes e incólumes para todo o sempre amém, é apenas uma doce ilusão. A vida, aquela de verdade, real, se encarrega de acordar-nos deste sonho de classe média europeia. Pois, não vivemos na Europa, nem nos Estados Unidos. Vivemos no Brasil, um país caro, onde quase 50% das famílias têm que viver com menos de R$ 1.500,00 por mês e quase sem direito algum.

O que me assustou, de verdade, não foi ver os tais rolés a ocorrer.  O que me assustou foi perceber as pessoas no meu país a defender que a liberdade de ir e vir de todo cidadão não tem valor, e que podemos sim ser julgados e sentenciados antes que qualquer coisa ocorra. Foi perceber que, de maneira aberta e despudorada, ou de forma discreta, muitos brasileiros estão a favor de proibir a entrada dos indesejados neste ou naquele lugar, de limitar suas liberdades, de criar guetos, de segregar.

Como sempre, creio que miramos o inimigo errado. Errado é termos um governo extremamente caro e completamente ineficiente que não cumpre seu papel fundamental: administrar bem este país para que ele seja um lugar melhor para todos os seus cidadãos.

Para mim, ainda vale a máxima: um país que não é feito para todos os seus cidadãos não será jamais um bom país para ninguém. 

A realidade desta grande nação

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Neruda - mi Pablo


SAUDADE

Saudade -Qué será?... yo no sé... lo he buscado
en unos diccionarios empolvados y antiguos
y en otros libros que no me han dado el significado
de esta dulce palabra de perfiles ambiguos.

Dicen que azules son las montañas como ella,
que en ella se oscurecen los amores lejanos,
y un noble y buen amigo mío (y de las estrellas)
la nombra en un temblor de trenzas y de manos.

Y hoy en Eça de Queiroz sin mirar la adivino,
su secreto se evade, su dulzura me obsede
como una mariposa de cuerpo extraño y fino
siempre lejos -tan lejos!- de mis tranquilas redes.

Saudade... Oiga, vecino, sabe el significado
de esta palabra blanca que como un pez se evade?
No... Y me tiembla en la boca su temblor delicado.
Saudade...


MARIPOSA DE OTOÑO

La mariposa volotea
y arde -con el sol- a veces.

Mancha volante y llamarada,
ahora se queda parada
sobre una hoja: que la mece.

Me decían: -No tienes nada.
No estás enfermo. Te parece.

Yo tampoco decía nada.
Y pasò el tiempo de las mieses.

Hoy una mano de congoja
llena de otoño el horizonte.
Y hasta de mi alma caen hojas.

Me decían: -No tienes nada.
No estás enfermo. Te parece.

Era la hora de las espigas.
El sol, ahora,
convalece.

Todo se va en la vida, amigos.
Se va o perece.

Se va la manò que te induce.
Se va o perece.

Se va la rosa que desates.
También la boca que te bese.

El agua, la sombra y el vaso.
Se va o perece.

Pasò la hora de las espigas.
El sol, ahora,
convalece.

Su lengua tibia me rodea.
También me dice: -Te parece.

La mariposa volotea,
revolotea,

y desaparece.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Espero

Espero
mesmo que toda a esperança seja nenhuma
e que o esperar seja, simplesmente, uma condição natural do ser
Espero pelo dia em que o sol amanheça azul
e que uma noite alaranjada traga consigo sua lua esmeralda
Espero
consciente de que este esperar é eterno e morno
como as manhãs de outono, em vão
Espero
pois todas as esperanças do Mundo são minhas e alimentam
patéticas e poéticas
a cega crença na alma humana que conserva
esta alma minha; alma de menina
Espero
em eterno silêncio
pelo barco,
pelas nuvens,
pelas folhas
e pelas flores
que os ventos levaram, e levam, para tão longe porque assim sopram os ventos
Espero


domingo, 5 de janeiro de 2014

2014 loading...




E começou 2014, como todo novo ano, um tanto quanto preguiçoso. Bem, sei que isso de preguiça é feio, como muito bem me dizia minha mãe, pois que sou adepta da “dolce far niente” desde menina. E isso sempre foi tido como algo muito feio. Porém, como é bom um dia preguiçoso como hoje, domingo, um dia para se fazer nada, ou quase nada. Sabe, morro de inveja dos gatos neste quesito, a capacidade deles de viverem assim, como quem não quer nada, é uma arte. É lindo de se ver.

A verdade é que o brasileiro tem fama nacional, e internacional, de não ser lá um povo muito comprometido com o trabalho. O que na verdade, não é verdade de forma alguma. Temos sim nossa malemolência natural, nosso jeito despretensioso de ser, ou de mostrar-se em alguns momentos, mas a verdade é que trabalhamos muito, todos os dias, desde que o nosso mundo é mundo e que Cabral cá fincou seus pés. Eu já estou a trabalhar mais do que nos anos anteriores, o tempo urge enlouquecido em 2014 porque os meses, e o próprio tempo, neste ano serão contados de uma forma diferente. “Habemus” Copa do Mundo!

Este ano novo cheio de novidades como há muito não se via, além de estar dando seus primeiros passos lentamente, promete-nos desafios inesperados com a tal Copa do Mundo a ser realizada aqui. E eu, como muitos brasileiros, estou eufórica pelos jogos e não vejo a hora de estar nos estádios, de ver a bola rolar e todo o etc. e tal que me espera. Sempre quis estar numa Copa do Mundo, desde minha tristeza primeira com nossa derrota em 1982 e minha raiva eterna de Paolo Rossi e Toninho Cerezo. Neste ano este sonho de menina realizar-se-á. Sorrio só de pensar.

Contudo, como muitos brasileiros, sei que na prática, e de forma prática, nada em nossas vidas melhorará por conta da tal Copa. “Au contraire mes amis!” o que espera todo brasileiro é que nossos problemas aumentem com a tal da bola a rolar por aqui. Dias perdidos de trabalho e dinheiro perdido por isso, a impossibilidade de ir e vir nos dias de jogos com ruas fechadas e o transporte a custar dez vezes mais caro do que o comum, o mundo a descobrir que a infraestrutura no Brasil não existe mesmo e que apesar disso aqui tudo é muito caro, os alugueis nas cidades sede pela hora da morte, e por aí vai.

A verdade é que muito dinheiro foi gasto, e ainda o será, com a Copa do Mundo e nadica de nada melhorará para a população. Para além de termos estádios de futebol mais bonitos e modernos, e até eles estão longe do ideal, e de uma tentativa capenga de melhorar os nossos aeroportos, praticamente nada foi feito que justifique dizermos que a Copa do Mundo será algo bom para os brasileiros. Ela será boa para os brasileiros que irão aos estádios, como eu, mas este é um bem egoísta, pífio, que não deve, jamais, ser prioridade para um país como o meu, tão desigual e injusto.

Há alguns anos um amigo nos questionava sobre a validade das Olimpíadas na China, sobre o fato de que um país nada democrático e cruel para com seu povo não deveria, nunca, sediar jogos tão emblemáticos da superação do homem e do espírito de fraternidade. Pois, não é a fraternidade ou o espirito esportivo que movem Olimpíadas e Copas Mundiais, tal como príncipes encantados e fadas madrinhas não existem. Estes se movem e são movidos pelo dinheiro e pelos interesses políticos que, no final das contas, são a mesma coisa. O Mundo realmente deveria ser melhor, e o Brasil não merecia ser sede de Copa do Mundo e/ou Jogos Olímpicos, mas o é.

Porém, apesar do Mundo não ser justo e fraterno, sei que nós, individualmente o podemos ser. Portanto, mesmo que os governos deste ou daquele país não sejam lá um exemplo a ser seguido, sei que há milhares de cidadãos neles que são pessoas exemplares. E isso ainda é o que mais importa.

Bem, eu não estabeleci grandes metas para este ano, e com o meu egoísmo natural sei que estou a léguas de muita gente boa por aí. Quero melhorar meu trabalho e crescer profissionalmente, ser mais atenta às pessoas e ajudar-lhes mais. Prometi que não comerei mais tanto doce como antes e os restringi aos sábados, quero escrever mais e prometi para mim mesma que vou deixar o passado para trás e seguir em frente.Que venha 2014!

Um beijo a todos. 
Um beijo em especial aos amigos portugueses que hoje perderam seu maior jogador de futebol de todos os tempos - Eusébio, o pantera negra.


sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Apanhador Só - Reinação



Reinação
Apanhador Só

Instituiu o fim da pressa
Decretou o deixa pra lá
Em seu peito mais amores
Sem bandeira e sem fuzil
Confortável mãe gentil
Assinou um documento
Permitindo o bem-viver
E um brado forte e retumbante
Se espalhou nos meios fios
Teve gente que sorriu
Quem quiser brincar
Põe o dedo aqui
Que já vai fechar
O abacaxi
Quem quiser brincar
Quem quiser mudar
Quem quiser brincar
Ó, já vai fechar
Fez brilhar no céu da pátria
Mais de mil canhões de luz
De luz verde louro oliva
Deixando cego entre outros mil
O nó de tudo o que é vil
Suprimiu a covardia
Eliminando a luta vã
Verás que um filho teu não foge
Ao firmamento azul anil (que já vai fechar)

O mais azul que já se viu


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

As flores




Sempre teremos as flores deste jardim não importando o silêncio
demasiado frio,
o mal tempo que se estabelece feito lei na minha terra governada pela tua prudência
a dar-me as costas,
com suas negras e gordas nuvens preguiçosas pousadas de frente da minha casa;
bem na minha janela.
Não importa.
Nascem teimosas as brancas margaridas
e ainda sonha, presa à terra  com raízes profundas,
a Maria-sem-vergonha, a mais tola de todas as flores
que, sem vergonha,
sem pudores
e sem nenhum orgulho próprio dentro de si,
derrama-se em cores
pelos solitários becos estreitos
para ti.