As saudades
As saudades dão, não passam.
Passam a viver acomodadas, incômodas, por trás da retina;
e fazem chorar a menina, que nos meus olhos mora,
sempre que ela pára para pensar em tudo;
em nada, na vida.
Se pela minha língua as saudades não fossem conhecidas,
talvez elas fossem menos doídas. Talvez fossem apenas um
gosto amargo
que se apaga com a saliva.
Uma falta que, sem nome, perde importância e sentimos
menos.
As saudades chegam e ficam, pois de nossa alma são velhas
conhecidas;
amigas para as quais, inocentemente, abrimos as portas
para que, para todo o sempre,
a nossa pele elas habitem.
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