Nado com o ventre colado ao fundo do mar
e os olhos postos no chão,
fechados.
Um oceano e todos os seus mares de água
a pesar sobre meus ombros, e o nariz sente,
enojado, o lodo dos fundos escuros a tocar-lhe;
sufoco.
O cheiro de tudo que morre; que morreu há tempos está aqui
e me acompanha. Envolve-me e penetra pela pele, pela carne
e pelos ossos; e viva estou
úmida e
morta.
Do sol e de sua luz restam-me apenas parvas lembranças,
lembranças dos dias iluminados e coloridos vividos antes do
mergulho...
Antes de eu perde-me em mim mesma, de mim mesma,
e nadar, inebriada, em direção ao fundo
pacífico, silencioso e final.
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