quinta-feira, 28 de setembro de 2017
terça-feira, 26 de setembro de 2017
S o m a
S o m a
Um mais um são muitos
menos um resto eu
que do canto da
sala-de-estar
observo
de rabo de olho
a soma de tudo que não deu certo
deu?
inúmeros anos
o tempo todo e o resto
daquilo que no imaginário era perfeito
sem qualquer defeito
e que no meio da realidade da sala, TV ligada
desvaneceu
quinta-feira, 21 de setembro de 2017
Homenagem
Homenagem
Gosto de achar que tudo nesta
vida, ou quase tudo (praticamente tudinho porque sou mesmo parva), tem uma
razão de ser. Sendo assim, característica um tanto mística minha ou mania,
busco conexões nos fatos que acontecem nessa vida. Vida que, sendo
completamente racional, não tem razão alguma de ser. Ou tem?
Por isso, agradou-me em demasia o
fato de ontem ter, finalmente, feito minha tatuagem em homenagem a Mima na Mooca;
zona leste de São Paulo. Minha mãe como meu pai, e como tantos outros
paulistanos, são filhos ou netos de imigrantes europeus e descendentes de
africanos pobres. Gente que veio para o Brasil e para São Paulo em busca de uma
situação de vida melhor e que ingressou nas fábricas que nasciam nesta cidade.
São Paulo é feita de indústrias e
do comércio, e eu uma descendente nata do proletariado que ajudou a construí-la,
nascida no Ipiranga e criada nas periferias. Sei que nunca pisei num chão de
fábrica e que, com meus primos, faço parte da primeira geração de nossas
famílias a fazer de lugar comum as salas de aula de Universidades. Sei bem que tenho uma vida muito distinta
daquela que tiveram meus avós, entretanto, jamais esquecerei quem sou e de onde
vim. Mesmo que à primeira vista não fique tão claro assim, sou ZL sim senhor.
Do Ipiranga onde Dom Pedro deu o
tal grito até a Mooca, terra dos armazéns e das antigas fábricas, é um pulo só.
Por suas ruas caminham os manos e as minas, gente que fala alto e que gesticula
pra caramba porque a discrição nunca foi o nosso forte. Na terra do samba, do
rap e do rock a etiqueta é outra e não há muito espaço pra frescura típica de
outros ares da terra da garoa.
A tal tatuagem, feita pelo Dersão
que é um artista na concepção mais pura da palavra, ficou muito bonita; ficou
linda. Em homenagem à minha mãe, a Mima, agora em meu braço direito habita um
beija-flor em pleno voo. Bichinho pequeno, colorido, valente e inquieto assim
como era ela. Assim como me fez a Dona Odila.
DerLu Tattoo. Rua Conselheiro Lafaiete nº 131, Mooca – SP
WhatsApp (11)996449025
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domingo, 17 de setembro de 2017
quinta-feira, 14 de setembro de 2017
João...
Ao Romeu,
aquele que de amores não morreu
apenas
neste mundo que é grande e tanta vida tem a nos oferecer
desapareceu
pra ti, meu João.
quarta-feira, 13 de setembro de 2017
O Serafim
O Serafim
Semana de adeus
é semana muito difícil. Coisa nada crível, por vezes, para a nossa crença
pueril de que sempre temos mais tempo; de que sempre o teremos. Pois, como tudo
nessa vida, ela própria tem seu tempo. A vida tem começo e, inevitavelmente,
terá fim. Resta-nos aceitar e aprender, com o mesmo tempo, até quando o timing
de Deus parece lá meio descompassado, que tudo e todos nós temos o nosso tempo
certo no planeta azul. E não temos direito a contestação. C’est la vie.
Eu sei, o tal
Deus Cronos nos parecerá eternamente injusto. Nesta semana ele me pareceu
particularmente irritante ao levar alguém que sempre me fez rir. Penso no seu
Antônio Serafim, tio Pintim para nós (com todo o respeito e carinho que por ele
sempre tivemos), e me lembro dele rindo, sorrindo, gargalhando. Não consigo me
lembrar dele sério. Certamente tinha seus dias cheios de mau humor como todo
mundo tem. Porém, para nós, os amigos de seus filhos, a alegria e a graça tão
naturais para ele foram a regra e delas são feitas as nossas lembranças de Serafim.
Com o tio Pintim ríamos.
Pois, esperar o
que de um senhor com sobrenome de anjo que não a alegria e todos os sorrisos? Ele
foi deveras um Serafim. Um tanto tortinho, bem palhacito, com uma pitadinha de
malandragem e muito capaz para as molecagens típicas dos meninos que não
crescerão jamais. Ele era assim, insuportavelmente querido.
Tio, até mais
ver e saiba que sentirei muita saudade. Fica bem.
domingo, 10 de setembro de 2017
Você
Você
Sinto tanto a falta de você, falta
de alguém que eu nem cheguei a conhecer,
que me dói o peito por saber que
eu posso te ver, mas não poderei olhar para
você.
Não poderei olhar com cuidado, prestando atenção em
cada bocado que depois de tantos anos mudaram.
Agora há mais marcas trazidas pela vida,
belas linhas desenhadas à
tinta.
Você cresceu e multiplicou-se em vida,
e eu achei tudo tão poético e mágico.
Apesar de saber que por isso eu não posso mais olhar para
você
como olhava quando ainda podíamos um dia
talvez.
Sinto tanto a falta de você, falta
que faz-me esquecer que eu deveria ter orgulho e nada te
dizer.
Porém, isso não sou eu. E o que eu queria era saber,
saber cantar para poder contar de maneira mais melódica,
piegas e melosa o que eu sinto por
você.
sexta-feira, 8 de setembro de 2017
quinta-feira, 7 de setembro de 2017
O Brado Retumbante
O Brado Retumbante
Há 195 anos, num 7 de setembro
longínquo, Dom Pedro I, montado em seu
cavalo branco (ou castanho dependendo da versão que abraçamos), ergueu sua
espada (ou seu chapéu) e declarou nossa independência num brado retumbante de
caráter duvidoso. “Independência ou Morte!”, teria dito ele . A verdade é que
ninguém estava verdadeiramente disposto a morrer por pátria alguma em Terras
Brasilis. E mais do que nossa independência, declaramos a adequação do status
quo vigente aos novos tempos que exigiam, pós Revolução Francesa e
Independência Norte Americana, a extinção das colônias nas Américas.
Assim, lá fomos nós a declarar
uma independência para gringo ver, planejada para que pouco ou quase nada
mudasse e, de Reino Unido de Portugal passamos ao status de Império governado por
Dom Pedro I, filho do Rei de Portugal. Eita independência questionável, não? Pois,
o fato é que mais do que prestar atenção no que se declara aos berros, em nosso
país, desde todo-o-sempre-amém, temos que prestar atenção naquilo que se sussurra
ao pé do ouvido. Somos a nação do conchavo, do acordo por debaixo dos panos,
das mentiras declaradas a plenos pulmões e das verdades encobertas.
Neste 7 de Setembro sombrio e
melancólico não há qualquer motivo para um pingo de orgulho patriótico sequer. Somos
uma nação de gente violenta, corrupta, preconceituosa e de um egoísmo ímpar. O
brasileiro pouco conhece o significado da palavra cidadania e dá mostras
diárias disso. Achamos que as leis são feitas para os outros e que o bem
público pode e deve ser explorado ao máximo em benefício próprio. Gostamos de
molhar a mão alheia para obter facilidades, de sonegar impostos e de ver sumir
de nossas vistas todo e qualquer símbolo que faça lembrarmo-nos de que somos
uma nação com muita gente pobre.
No Brasil é normal que as
mulheres sejam atacadas em locais públicos e em casa, que os homossexuais sejam
espancados e mortos apenas por existir. E, agora, nova modalidade, é comum que
os estrangeiros sejam hostilizados por buscarem abrigo aqui. Todos nós temos
medo de assaltos e de balas perdidas, nos escondemos atrás de muros a cada dia
mais altos e achamos “normal” termos carros blindados. Somos um povo aflito.
Em nossas terras a corrupção atingiu cifras invejáveis, e os números e os casos são tantos que fica difícil mantermos uma visão clara do que está acontecendo. Lula roubou, Dilma roubou, Temer rouba e Calheiros também. Cabral Filho roubou muito, Gedel e Cunha também. Nuzman roubou e espero o nome de Paes e Pezão também. Fica mais simples, e talvez correto, deduzir que todo político brasileiro e seus comparsas empresários formam uma grande quadrilha. Somos um bando de ladrões.
Hoje não há motivos para celebrar
e se há algum brado a retumbar, certamente, este é o som de nossa desesperança
e desespero.
terça-feira, 5 de setembro de 2017
Reencantamento...
da minha alma
que anda feliz e colorida,
que anda feliz e colorida,
de ouvidos em estado de constante alegria
a ouvir tanta música bonita.
música da minha tribo,
em canções dos Tribalistas
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