O Serafim
Semana de adeus
é semana muito difícil. Coisa nada crível, por vezes, para a nossa crença
pueril de que sempre temos mais tempo; de que sempre o teremos. Pois, como tudo
nessa vida, ela própria tem seu tempo. A vida tem começo e, inevitavelmente,
terá fim. Resta-nos aceitar e aprender, com o mesmo tempo, até quando o timing
de Deus parece lá meio descompassado, que tudo e todos nós temos o nosso tempo
certo no planeta azul. E não temos direito a contestação. C’est la vie.
Eu sei, o tal
Deus Cronos nos parecerá eternamente injusto. Nesta semana ele me pareceu
particularmente irritante ao levar alguém que sempre me fez rir. Penso no seu
Antônio Serafim, tio Pintim para nós (com todo o respeito e carinho que por ele
sempre tivemos), e me lembro dele rindo, sorrindo, gargalhando. Não consigo me
lembrar dele sério. Certamente tinha seus dias cheios de mau humor como todo
mundo tem. Porém, para nós, os amigos de seus filhos, a alegria e a graça tão
naturais para ele foram a regra e delas são feitas as nossas lembranças de Serafim.
Com o tio Pintim ríamos.
Pois, esperar o
que de um senhor com sobrenome de anjo que não a alegria e todos os sorrisos? Ele
foi deveras um Serafim. Um tanto tortinho, bem palhacito, com uma pitadinha de
malandragem e muito capaz para as molecagens típicas dos meninos que não
crescerão jamais. Ele era assim, insuportavelmente querido.
Tio, até mais
ver e saiba que sentirei muita saudade. Fica bem.
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