12
Aos 12 anos de idade a vida já tem
contornos do que um dia, em breve, será. E sobra pouco, ou quase nadinha de
nada, da infância no ser que um dia foi nosso bebê e que aprendemos a amar
incondicionalmente desde o momento zero. Pois, aquela pessoa existe apenas
dentro de uma barriga e já a amamos, não importando nada mais. Assim amamos aos
nossos miúdos e pronto; e ponto final.
A tal mudança não chegando a ser boa e nem ruim,
é apenas o rumo natural da vida e, a bem da verdade, parte primordial da
aventura de termos os miúdos ao nosso lado. A verdade, de verdade, é que é
lindo vê-los crescer; uma alegria imensa como o sentimento de vermos uma obra
de arte em construção. Contudo, ao mesmo tempo, ficam, para todo o sempre, as
saudades da criança que tivemos no nosso colo em toda e qualquer situação porque
ali era seu lugar mais seguro.
Hoje a adolescência já faz das suas
no antes miudinho que cabia no meu colo. Pedro tem 12 anos, feitos por esses
dias, e o fato é que há um par de anos ele não é mais o menino que corria de braços
abertos quando eu chegava. Tudo nele está em evolução e revolução: novos
interesses e amigos, e uma gama plural de sentimentos se apresentam. Ele começa
a descobrir a vida para além dos muros que nós criamos a seu redor e, para nós,
nos resta observarmos com atenção e um bocadinho de medo tudo que se passa;
como sempre.
Aos 12 ele não corre mais ao meu
encontro, fato. Porém, ainda há momentos de colo. E, mesmo que muito mais raros...
Exatamente porque são mais raros, eles têm uma importância inigualável. Pedro não
precisa mais do nosso colo porque sente medo ou cansaço, ou porque está
acostumado com ele. O colo agora e apenas uma forma de expressão, silenciosa,
de amor. E nos amaremos para sempre.
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