Na praia
Ergo-me o mais que eu posso, bailarina sem sapatilhas,
na ponta dos pés
e todos os ossos da coluna vertebral esticam-se;
vivas lagartixas.
Queria poder, e tento, sem sustos
ou desespero, desde a minha praia te ver.
Pois hoje, numa linha reta com muitas léguas mar adentro
do lado de lá, de onde vem as vagas cheias de preguiça e
calor,
você está.
E te desejo gigante, alto feito as girafas e da grandeza
dos elefantes
para que assim meus olhos
de telescópio pudessem,
depois de tantas noites cegas,
te enxergar.
E a tarde na praia seria, mais uma vez, perfeita e de
mentira:
azul,
morna
e, contigo a meu lado,
silenciosa.
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