Minhocas
Melancólicas
Dizem das
saudades que elas, com o passar do tempo, vão esmaecendo. Que elas ficam pálidas
com o passar dos dias ao perderem o vigor que toda novidade, seja ela boa ou
má, tem. Pois, para mim me parece que as saudades, que andam comigo de braços
dados, têm lá sua dieta própria e do tempo se alimentam. Minhas saudades, com o
passar dos dias, meses e anos engordaram, e engordam, a olhos vistos. E hoje,
as valentes, estão grandes e saudáveis feito um touro (como diziam as avós).
Dentre todas as
saudades, aquelas que nasceram com a partida da minha mãe têm se mostrado ímpares.
Pois, saudades de mãe é coisa estranha já que mãe e pai, filhos e irmãos, são
uma parte vital de quem somos nós e nunca, jamais, o deixarão de ser. E o amor
que temos por eles, sendo assim, não diminui um milímetro sequer com o passar
dos anos. Au contraire, diria o
filósofo. Bem alimentadas pela distância que o tempo impõe, as saudades com o
requinte de Chronos tornam-se reais. Um peso físico, instalado no peito, que dá
um nó cego na goela. Nó impossível de se desfazer com as mãos.
Hoje, dia das
mães chegando, e o tal nó aperta. Saudades impossíveis de ti, Mima; minha mãe. Saudades
porque eu sinto, e sei, que aquilo que chamávamos de família perdeu-se um pouco
sem ti por aqui. E eu perdi meu ninho. Semana difícil de minhocas melancólicas
na cachola para mim e muita vontade de poder caber, feito criança, no meio do
abraço de minha mãe mais uma vez.
Te amo Mima hoje
tanto quanto sempre. Feliz dia seu!
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