O Ridículo do Mito
Talvez pela
forma como foi construída a nossa nação, nosso passado de realeza colonial,
talvez pela falta de maturidade do povo brasileiro no que tange ao exercício da
cidadania e da construção de uma sociedade plural, democrática e moderna; ou talvez
movidos pela nossa mítica preguiça a la
Macunaíma. Seja lá porque for, infelizmente, uma grande parte de nós,
brasileiros, continua a acreditar no mito absurdo de que precisamos de uma
pessoa, um homem mítico e ungido por Deus, para nos guiar em direção à grandeza
a qual nossa nação teria sido destinada.
Sim, poderíamos ter
uma economia pujante já que não nos faltam recursos naturais e todo o etc. e
tal. Contudo, falta-nos ainda a ideia de um bem-comum construído para todos e
as desigualdades sociais impedem o crescimento econômico e social real deste
país. Multiplicam-se as mazelas pelo descaso e a falta de políticas sérias que
busquem as soluções para tais problemas, e desta maneira, aos trancos e
barrancos seguimos. Aliás, a solução para nossos problemas parece-me, a cada
dia que passa, mais e mais distante já que pelos dias que se seguem falar em
igualdade social para o governo do meu pais, e para muitos que o elegeram, é sinônimo
de comunismo retrogrado e de esquerdismo patético.
E assim,
portadores de uma ideologia míope e retrograda, seja ela de esquerda ou de
direita, continuamos em nossa vã tentativa, desde Getúlio Vargas, de encontrarmos
o nosso Dom Sebastião tropical. E sofremos. Sofremos com o Sr. Luiz Inácio que
poderia ter sido grande e não o foi. Mostrando-se em sua mais pura natureza egocêntrica,
Lula acreditou na sua condição quase divina e imaginou que não deveria haver
quaisquer limites que impedissem a sua perpetuação no poder. Lula, assim como o
atual presidente, acredita naquilo que quase todo político crê no Brasil: ele
acredita que tudo isso que aqui vemos a ele pertence.
Seguimos, num
looping irracional, a eleger pequenos ditadores disfarçados em salvadores da
pátria que têm como objetivo primeiro a sua locupletação. O Sr. Jair, tão megalomaníaco
quanto o outro, e, infelizmente, muito mais ignorante e ditatorial por sua
natureza retrograda, sempre demonstrou que a democracia não é algo pelo qual ele
tem grande apreço; muito pelo contrário aliás. Senhor Jair se acha o rei da
nação e, sendo assim, tem todos os direitos e dever nenhum.
Eu, de minha
parte, continuo a me perguntar até quando seremos tão parvos no que tange a
eleição daqueles que nos governam. Pois, ao invés de melhorarmos no tal
quesito, com a eleição de um grande mentecapto para presidente mostramos que
estamos a dar marcha à ré na tal questão. E lá vamos nós a aguentar por mais quatro anos o ridículo do mito.
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