domingo, 28 de julho de 2019

O Ridículo do Mito




O Ridículo do Mito


Talvez pela forma como foi construída a nossa nação, nosso passado de realeza colonial, talvez pela falta de maturidade do povo brasileiro no que tange ao exercício da cidadania e da construção de uma sociedade plural, democrática e moderna; ou talvez movidos pela nossa mítica preguiça a la Macunaíma. Seja lá porque for, infelizmente, uma grande parte de nós, brasileiros, continua a acreditar no mito absurdo de que precisamos de uma pessoa, um homem mítico e ungido por Deus, para nos guiar em direção à grandeza a qual nossa nação teria sido destinada.

Sim, poderíamos ter uma economia pujante já que não nos faltam recursos naturais e todo o etc. e tal. Contudo, falta-nos ainda a ideia de um bem-comum construído para todos e as desigualdades sociais impedem o crescimento econômico e social real deste país. Multiplicam-se as mazelas pelo descaso e a falta de políticas sérias que busquem as soluções para tais problemas, e desta maneira, aos trancos e barrancos seguimos. Aliás, a solução para nossos problemas parece-me, a cada dia que passa, mais e mais distante já que pelos dias que se seguem falar em igualdade social para o governo do meu pais, e para muitos que o elegeram, é sinônimo de comunismo retrogrado e de esquerdismo patético.

E assim, portadores de uma ideologia míope e retrograda, seja ela de esquerda ou de direita, continuamos em nossa vã tentativa, desde Getúlio Vargas, de encontrarmos o nosso Dom Sebastião tropical. E sofremos. Sofremos com o Sr. Luiz Inácio que poderia ter sido grande e não o foi. Mostrando-se em sua mais pura natureza egocêntrica, Lula acreditou na sua condição quase divina e imaginou que não deveria haver quaisquer limites que impedissem a sua perpetuação no poder. Lula, assim como o atual presidente, acredita naquilo que quase todo político crê no Brasil: ele acredita que tudo isso que aqui vemos a ele pertence.

Seguimos, num looping irracional, a eleger pequenos ditadores disfarçados em salvadores da pátria que têm como objetivo primeiro a sua locupletação. O Sr. Jair, tão megalomaníaco quanto o outro, e, infelizmente, muito mais ignorante e ditatorial por sua natureza retrograda, sempre demonstrou que a democracia não é algo pelo qual ele tem grande apreço; muito pelo contrário aliás. Senhor Jair se acha o rei da nação e, sendo assim, tem todos os direitos e dever nenhum.

Eu, de minha parte, continuo a me perguntar até quando seremos tão parvos no que tange a eleição daqueles que nos governam. Pois, ao invés de melhorarmos no tal quesito, com a eleição de um grande mentecapto para presidente mostramos que estamos a dar marcha à ré na tal questão. E lá vamos nós a aguentar por mais quatro anos o ridículo do mito.

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