A dobrar o Cabo...
Meio século me parece
uma maneira um tanto dramática para designar 50 anos. Ui, a verdade é que dizer
tal número tão redondo, e cheio de peso, perto da palavra anos não suaviza em
nada o problema: a tal idade é mesmo assustadora. Pois, não é que eu, para o
meu desgosto, ou gosto, já que ainda respiro, estou a caminho da tal idade a
passos largos. Meu Deus, estou velha! (risada... ou algo que a isso se
assemelha)
Lembro-me de
pensar, lá pelos 20 anos, que em 2020 eu teria 50 anos e isso me parecia um
futuro tão longínquo quanto aqueles das ficções cientificas. Flashfoward para
carros voadores e vestuários insípidos, imagens que pululavam minha cachola a
imaginar, então, um futuro que só aconteceu em teoria. Amém! Gosto bem mais
desse futuro orgânico que temos.
Bom, o futuro
não aconteceu como eu imaginava, apesar de ter hoje a independência e a liberdade
que desde a infância eu queria. Objetivo número 01 para minha existência era então:
ninguém me diria o que eu deveria fazer. E cá estou, dona do meu nariz e do resto do
corpo que já não é o mesmo; isso, aliás, é um tanto difícil de digerir. Contudo,
a verdade é que desde que iniciamos o 2020 tenho me sentido mais à vontade com a
tal idade. Sei lá, acho que estou a pendurar as luvas da juventude. Entreguei-me.
(kkkkkkkkkk...)
Não há planos
para festa, podem todos tirar o tal cavalo da chuva, posto que de maneira
alguma vou me dar ao absurdo de apagar tais e tantas velinhas. Um horror! Os
planos são para uma viagem, seja lá para onde for, em boa companhia. Ver o mundo
ainda é uma das coisas que mais me agrada, mesmo que ele esteja menos
inteligente e democrático do que eu gostaria. Às vezes parece que a humanidade
caminha de marcha ré, e isso sim me dói muito perceber.
Bom, seja lá
como for, sinto que agora chega a hora de imaginar um novo futuro enquanto
aproveito o início da tal vida de uma senhora que já dobrou o tal Cabo da Boa
Esperança. Que venham as novas aventuras!
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