quinta-feira, 21 de maio de 2020

60 dias e deixando de contar...



60 dias e deixando de contar...

Em meados de março o mundo parou em Terra Brasilis. Bom, infelizmente, e como de costume, nada é muito claro ou certo quando se fala sobre o Brasil e, assim sendo, nessa nossa parada há muito movimento. Ou seja, parar não paramos direito. Pois, agora descobrimos que, para além de não sabermos eleger presidente nem tomar conta da gente, como cantou o Ultraje a Rigor, não sabemos parar e, à la Dom Pedro I, ficar em casa para o bem maior de todos nós.

Sendo assim, mais de dois meses depois do tal toque de recolher não temos qualquer ideia de por quanto tempo mais o tempo, por estas bandas, ficará parado.  Aliás, ter qualquer certeza em Terra de Santa Cruz é algo raro. De certo sabemos, apenas, que não sabemos para onde caminhamos como nação. Andamos bêbados e apatetados sem qualquer direção.

Então, desgovernados, sem alma responsável que mostre alguma preocupação verdadeira com o destino dos cidadãos brasileiros, nos quedamos trancados dentro de casa por tempo indeterminado enquanto, lá fora, o Bang Bang à brasileira na política come solto. Saraivadas de besteiras e impropérios, rajadas de medidas descabidas por todos os lados, muito papo furado e pouca, para não dizer nenhuma, ação que nos ajude a sair da tal situação. Um caos enquanto os números de adoentados e mortos por Covid-19 escalam rapidamente rumo a um pico que nos parece imenso.

Eu, por minha parte, ando com uma tolerância muito pequena para com a abundante estupidez brasileira venha ela de onde vier, direita ou esquerda. E, sendo assim, ando a ignorar a existência da humanidade sempre que posso. Cansei, sinto muito. Ou melhor, a cada dia sinto menos.

Egoísta, e trancada no meu mundo particular, preocupam-me a saúde e o bem-estar dos meus, minhas plantas e flores do jardim, o trabalho bem feito e o almoço de domingo. Têm a minha atenção e me divertem os amigos e a família, mesmo que de longe, os filmes, os livros e toda a música que eu consigo ouvir. Mundo pequeno e meu hoje é o meu mundo; simples assim.

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