Secos
Seguem secos meus olhos de céu sem nuvens
sem mar
sem vários bancos e uma mesa de bar onde a alma
derrame
a poética verborragia frenética que apenas os ébrios sabem.
E tudo faz sentido
E nada faz sentido
Sem você,
sem vocês, sem eles, elas e todos os outros
sem nós... Piedade!
Sem a possibilidade de ver ao longe meus olhos acabrunhados esqueceram-se
de como é o chorar
falta-me a visão sem fim à beira mar
e a completude da imensidão vazia e silenciosa do sertão
avermelhado
para que eu possa respirar
sufoco
Seguem secos meus olhos que para respirar
precisam de muitos passos
do mundo
e de espaço
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