Breves
A água do chuveiro escorre lentamente pelas costas
a romper as leis da física que dizem respeito ao espaço-tempo
desrespeitando a gravidade.
Minutos gordos e preguiçosos trazem consigo milhares de
segundos
dormidos.
Fecho os olhos enquanto
a água morna leva consigo todo o cansaço desta vida inteira.
Penso na importância de toda a minha existência desimportante,
breve,
pequena.
A importância de nossa existência não me parece relativa
nesse momento...
a sei nula sentindo a água morna nas costas;
insignificante.
Uma pedra tem uma existência maior e mais real do que
todos aqueles
pelos quais irei chorar a perda.
Estaremos todos mortos em um par de centenas de anos, porém, imóveis e tranquilas,
as pedras organizadas por mim no jardim ainda estarão por aqui.
A ilusão que construímos sobre o significado da humanidade é
curiosa e interessante;
nos achamos insubstituíveis
quando na verdade
somos completamente dispensáveis nesse Mundo.
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