O Gigante
Freddy Rincón
era gigantesco. Muito maior que seus 1.88 de altura em campo e na vida. Rincón
era amplo, braços vivos que também jogavam em campo; pernas e pés abençoados
por Deus. Rincón é o dono das mãos e do sorriso largo, tão amplo quanto ele,
que ergueram a primeira taça de campeão mundial do meu time. E esta cena estará para sempre em minha memória.
Rincón é ídolo corintiano e, por isso, nessa semana, no dia 13 de abril, nossa
má sorte, ficamos um pouco mais órfãos sem ele.
Rincón foi um
grande meia-atacante que no Corinthians assumiu a volância como poucos. Talentoso e com cara de mal, Mr. Rincón foi genial
em sua parceria antagônica com Marcelinho Carioca. Marcelinho era a genialidade
da veloz e leve malandragem carioca enquanto Rincón era o talento da astúcia
latina, um jogador inteligente e cerebral que pensava o futebol desde o meio do
gramado.
Sei que o que
nos interessa é ver gol quando falamos de futebol. Contudo, sempre fui
apaixonada pela zaga. Sou fã dos zagueiros como um todo e discordo de quem acha
que na posição estão aqueles aos quais falta talento com a bola no pé. Nesta área
o talento é outro, e precisa ser compreendido.
Daí, minha
paixão por Rincón, que sei, nunca foi zagueiro, explica-se. Rincón, para mim,
tinha cara de zagueiro, corpo de zagueiro, mal humor de zagueiro e muito
talento para fazer gols. Rincón era forte e preciso, tinha muita capacidade
para o drible necessário e era elegante jogando. Rincón era tático e sabia usar
seu corpo para proteger a bola e o nosso gol como ninguém.
Os outros times
que me perdoem, sei que Freddy Eusébio Gustavo Rincón Valencia jogou em vários clubes
de futebol. Até mesmo no Palmeiras, antes de vestir a minha camisa; uma
heresia. Entretanto, o meu Rincón teve dois times na vida: o Sport Club Corinthians Paulista e a Seleção Colombiana
e ponto final.
Que vayas con Dios, Rincón. Te
extrañaré siempre.
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