Os garçons empilhando as cadeiras
você me olhando e
pedindo que fale
Por favor, fale, mas não escreva
Eu evitando os toques ruins dos ponteiros do relógio que
anuncia a já famosa fuga de nossos corpos cada um para sua ponta da cidade
Se o nosso amor fosse revólver, eu seria o cabo e você a
mira, tal como dizia a professora Jones é terrível a existência de duas retas
paralelas porque elas nunca se cruzam e elas apenas se encontram no infinito
É verdade que nunca nos interessou a questão do infinito,
mas os restos das ideias matemáticas, claro que sim
Eu na verdade prefiro mil vezes a sua xícara de chá ficando
fria sob a mesa. Enquanto você fala sobre raízes quadradas enquanto, você fala
sobre ladrões de figos, enquanto você fala sobre o tropeço da baleia.
Subitamente eu já nem sei sobre o que você fala porque a
forma como o seu dente incisivo corta e suspende toda a beleza da cafetaria.
Faz com que eu novamente entenda pelo sétimo dia é chegada a hora do cuco e do
canto do cuco.
Portanto eu pego minha bicicleta e como e de costume você
faz o meu retrato. Os cabelos todos desenhados no vento em jeito de menino que
está sempre indo embora a mesma hora. E que amanhã se tudo der certo voltará a
mesma hora para o mesmo amor, para a mesma mesa, para a mesma explosão. Com
toda a certeza a mesma fuga porque você e eu, a gente, é feita de matéria
escorregadia, isto é, manteiga, azeite, geleia e espanto."
Não há nada o que desculpar e sim somar. As ausências são sempre presente pra quem se mantém em movimento, mas as nossas linhas paralelas certamente se encontram no infinito. Estás sempre perto, pq os corações tem umas veias difíceis, mas a conexão do pensamento fica...e por mais que eu fume, as lembranças dos nossos concertos na praia eu ainda não esfumacei. Saludos, Carinho.
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