quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

míngua... a minguar... à míngua




Vem minguando a poesia
Desacreditada, apesar de escrita,
ela míngua na vida.
Uma vida branca e fria, assustada e covarde
a esconder-se atrás do silêncio, de meias palavras,
de saias e laços de menina.
A covardia de Fernando. A covardia de que tanto Fernando dizia,
mostra a sua cara pálida de cera.
Com o medo da dor (ele olha os sentimentos de soslaio)
com o medo do medo que o medo dá.
O poeta não finge sentir a dor que deveras sente. Apenas finge
sem a coragem para o sentir;  apenas mente.
E à míngua, a poesia conta a minguar seus últimos dias.
Ela míngua.

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