A dor que é minha,
a mim pertence e a mais ninguém. Ela é minha.
Por mim foi gerada e alimentada.
Velei seu sono em minhas noites mal dormidas,
acalentei-a
por reconhecer nela a minha cria.
É minha toda a paixão e a loucura que só a mim pertencem,
tal como esta dor,
tal como o mal que elas causam, egoisticamente,
apenas a mim.
Como todos os vícios que nos alimentam,
a dor
achegasse como quem nada pretende,
apresenta-se, e se estabelece.
Esta dor que é minha apenas a mim pertence,
fiel a reservar-me seu veneno,
delicadamente.
Meus cigarros fumados na solidão das esquinas
que, paulatinamente,
apodrecem-me por dentro.
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