Fevereiro chegou e já me parece o
passado nestes dias que correm como se a mim não pertencessem. A vida nos
escapa por vezes, a minha escapou-me por entre os dedos e anda a fazer-se
sozinha à revelia de minhas vontades e desejos, sem levar em consideração
aquilo que penso. Estranho isso de sentir que nossa vida não nos pertence
completamente. Pois, o fato é que há momentos nos quais penso se algum dia a
minha foi minha completamente. Quiçá.
Nunca fui muito pessoa de
planejar o futuro, pois, mais ajo do que penso e isso não ajuda muito nos tais
planejamentos, verdade? Não, mentira. Mentira minha, penso, claro que penso. Penso
muito, e muito errado já que coração e mente se confundem toda santa vez. Como pode o coração fazer planos? Pode? Não
pode. Contudo, também é verdade que quando quis algo definitivamente para a
minha vida e fiz planos para o futuro, eles não deram certo.
Bom, a graça e a desgraça disso
de planejar a vida é que ela sempre envolve mais gente do que a gente mesmo e,
daí para a míngua do tal plano o passo a ser dado não precisa ser muito amplo. Falha
o plano. Talvez meu defeito seja, como já me foi apontado com dedo em riste na
cara, não saber fazer planos para mim sem que estes envolvam outras pessoas. Pois,
eu que sou tão individualista e egoísta, não sei viver sem os outros.
Os planos, para este ano, por
exemplo, eram: levar a vida de maneira mais produtiva e organizada para mim
mesma deixando o passado no tempo que a ele pertence - no passado, estar pronta
para novos passos, escrever mais e comer menos chocolate. Bem, estou comendo
muito menos chocolate do que antes e não vejo que “grandes vantagens Maria leva”
com a tal da decisão, entretanto, todo o resto está difícil pra valer.
O fato é que o tal do “2014”
começou feito um furacão e atrapalhou toda a ideia de organizar-me. Escrever
anda difícil, pois que menos do que vontade, falta-me qualquer coisa que mova
mente e coração. Perdi minha musa que foi minguando durante 2013 até desfalecer,
foi-se o que me inspirava nesta vida. E o passado existiu, não há como negar
(há?) e não é tão passado assim, ou seja, anda a atormentar-me. “C’est la vie!”,
diriam os franceses. “¡Carajo, qué mierda!”, diriam os espanhóis. Adoro os
espanhóis.
O melhor do ano, para minha
alegria nada egoísta, têm sido estes dias com meus sobrinhos/afilhados. Dias sem
muito tempo para a leitura, para os jornais e as músicas, contudo, cheios de
momentos divertidos, conversas criativas sem pés nem cabeça, e do meu nome
repetido milhares de vezes por dia: Madrinha! Como já disse meu querido Cazuza muy sabiamente: “Só as mães são felizes.”.
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