Maior que Eusébio!
Talvez seja
realmente demais, uma heresia mesmo, afirmar que Cristiano Ronaldo é maior que
Eusébio. Afinal, como comparar o vaidoso gajo com o Senhor Eusébio, o Rei
encarnado da Copa de 66, um mito e semideus em Portugal? Sim, é difícil. E,
apesar do fato de que toda e qualquer comparação é mesmo algo sem sentido, não
há como não fazê-la depois de ver ao famoso gajo e a sua seleção, Portugal, sortuda
e heroicamente, serem campeões da Eurocopa ao derrotar a França em casa. Este
foi, seguramente, um momento épico da história do futebol!
Primeiro, vale
lembrar que o futebol é um esporte tão apaixonante por ser, ainda nos dias capitalistas
e tecnológicos de hoje, imprevisível. Nem sempre os maiores e mais fortes
vencem, e o fato de ainda haver espaço para a vitória dos pequenos que creem e
lutam com armas menos poderosas nos devolve um bocado a crença na beleza da
imprevisibilidade da humanidade. Ainda há espaço para a luta de um moderno
David, bravo e corajoso, contra seu Golias. Ainda há espaço para ver o miúdo
Portugal a vencer a grandiosa França. Oxalá!
Segundo, apesar
de ser complicada a comparação acima, não há como negar que a importância da
figura de Cristiano Ronaldo cresceu abundantemente dentro do esporte quando
percebemos que o gajo demonstra ter um novo peso ímpar muito para além das
quatro linhas. Muito mais do que um atacante disciplinado, forte e talentoso –
um craque da bola; vimos nesta Eurocopa um homem que inspirou e liderou aos
seus companheiros até nos momentos em que estava à beira do campo. Cristiano
foi definitivo para a vitória mesmo quando não tinha nos pés a bola.
Venceu, mesmo
contra todas as expectativas e contanto com a sorte, é fato, e me convenceu de
que fui injusta com ele durante todos esses anos. Nutria certa antipatia pelo vaidoso moço, devo
admitir. Não que a minha injustiça fizesse qualquer diferença para CR7; profundamente
não. Eu sei. Contudo, devo admitir agora que além de talentoso, o gajo é,
deveras, um exemplo de atleta e um cidadão a ser respeitado por seus atos
dentro e fora do futebol. Não apenas por essa vitória, mas por tudo que ele tem
feito nos últimos anos mesmo quando não há ninguém a olhar. Luís Figo que me
perdoe, mas Cristiano ganhou, definitivamente, o posto de jogador português que
mais admiro. Pois, que venha mais uma Bola de Ouro pa o gajo, ó pá, que ele
merece!
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