Blá, blá, blá...
No início de
2016 prometi a mim mesma que voltaria a escrever mais porque sentia muita falta
das letras e das palavras. Minha terapia particular, algo fundamental para o meu
bem estar mental. Decisão de início de ano, coisa certa e que dependia apenas
de mim. Fácil meta para cumprir, não? Bem, escrevi menos; muito menos do que nos
anos anteriores. Vergonhosamente relaxei e me distraí com coisas tolas. Este ano
que acabou de terminar, além de muito difícil para muita gente, foi um ano no
qual fugi, covardemente, de mim mesma.
Escrever é algo
muito mais emocional do que racional para mim, algo que creio ser verdadeiro
para muita gente que escreve. Os dedos movem-se no ritmo do coração e sem muita
razão de ser a não ser pela força motriz que nos move: tudo o que sentimos
profundamente. Organizam-se, quase com vontade própria, as palavras. Depois vem
a reflexão sobre tudo o que foi dito, a revisão em busca dos erros cometidos na
certeza de que alguns resistirão no texto, e a procura pelas palavras que
ficaram mal acomodadas; fora de lugar.
Pois, apesar de
não terem faltado os sentimentos, o fato é que procurei evitá-los muito mais do
que encará-los numa espécie de férias sentimentais que resolvi me conceder. Uma
espécie de sono profundo induzido para anular sentimentos que me afetaram mais
do que eu percebi; mais do que eu gostaria que tivessem. Perdi pessoas que eu
amo profundamente para sempre por motivos distintos, e isso é um tanto complexo
para compreender e aceitar irrestritamente. É difícil demais abrir mão de quem
eu amo para mim. Algo que eu percebo eu não aprendi a fazer e que, sinceramente,
não sei bem se realmente quero aprender.
Chegou 2017 e, isso de deixar os dedos um
tanto mudos tinha que findar; já que tudo tem um começo e um fim. Menos as
saudades, estas não findarão jamais. Então, sem razão de ser e sem muito
sentido, cá estão as primeiras palavras do ano. Apressadas e um tanto frouxas
no que tange ao que elas querem (e ou devem) dizer; concordo. Mas, mesmo assim,
elas estão aqui para ficar. Oxalá!
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