O Salto
Sempre mais,
mais do que deveria ser,
mais do que pede o bom-senso;
o desprezível bom senso,
sinto.
Sem meio termo, desconheço o valor do que é mediano,
o medíocre,
e espero tudo por inteiro. Cheio e irracional, o verdadeiro
prazer.
Mergulho de cabeça no que não conheço, sem cordas de
segurança,
paraquedas ou
ideias pré-concebidas do que deveria ser o certo nesta vida,
quero o que desconheço.
E assim espero que comigo mergulhe a todo aquele que me
acompanha:
amigos
pares
amores
parceiros...
Lado a lado e sem medo em relação ao que pode vir,
de olhos abertos, quero ver tudo aquilo que um dia ousou
existir
pois tudo tem o seu espaço aqui, em mim.
Entretanto, não é assim que as coisas funcionam
regularmente.
Regularmente, para os mais adequados à vida, há um freio
instalado desde a fábrica;
item básico na maioria dos modelos.
Um travão n’alma que impede o voo dos sentimentos e
que garante a acomodação ao que manda
o siso (substantivo criado pelo Ministério dos que têm, mais
que vontade, medo).
Então, pensando-me acompanhada, pulo sozinha em direção ao
nada
para realizar, apenas no meio do salto em meio a imensidão,
que dada à minha
não há nenhuma outra mão.
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