Do tempo
Com o tempo aprendemos.
Eu aprendi a dizer quase tudo que penso,
restando-me somente uma porção ínfima de bom-senso
a evitar o desastre
e o incômodo que tornou-se para mim
o perder meu tempo a discutir com toda a gente.
Aprendi a esconder como poucos, e como todos,
o sentir fora de hora e o pensar sem senso.
Mas penso.
Penso sempre nas palavras que chegaram ao limite da boca
diante de ti
e sinto-me tola.
Tola por não ter dito nada por medo,
e ainda mais aparvalhada por ter dado vida
às tais palavras encantadas.
Como nunca, e sempre,
a sentir todo o sentimento sem juízo
e que existe apenas nos contos fantásticos; nos filmes
lamechas e
baratos.
Sigo sem cura, a ignorar o tempo em que tudo passa, para mim,
lento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário