Sobre a esperança
Espero estar equivocada
Sobre
O que vem por aí,
O que me contam meus instintos.
O que me canta ao pé do ouvido, consternado,
o meu grilo verde pálido.
Espero estar errada como a Lua que redonda e nua
Vaga boiando no infinito azul do céu de Jobim;
Céu que já foi mais claro
Em dias nos quais quem ditava as regras não era o capitão do
mato.
Espero, porque depois de tudo decidido não há mais
Como olhar para trás;
Voltar.
Escrita a história do meu país a ferro e fogo,
Não a giz.
Espero, enquanto, reticente,
Leio as linhas que juntos
e apartados ao mesmo tempo,
Escrevemos.
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