terça-feira, 30 de outubro de 2018

Sobre a Esperança







Sobre a esperança


Espero estar equivocada

Sobre

O que vem por aí,

O que me contam meus instintos.

O que me canta ao pé do ouvido, consternado,

o meu grilo verde pálido.

Espero estar errada como a Lua que redonda e nua

Vaga boiando no infinito azul do céu de Jobim;

Céu que já foi mais claro

Em dias nos quais quem ditava as regras não era o capitão do mato.

Espero, porque depois de tudo decidido não há mais

Como olhar para trás;

Voltar.

Escrita a história do meu país a ferro e fogo,

Não a giz.

Espero, enquanto, reticente,

Leio as linhas que juntos
                                                         e apartados ao mesmo tempo,

Escrevemos.

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