quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Só Observando, modo Panis et Circus on.





Só Observando, modo Panis et Circus on.

Logo no começo do ano disse por cá que este 2019 seria o mais triste ano de todos os tempos para mim. Bom, talvez eu tenha sido um tanto quanto prematura no julgamento pois que ainda nos faltavam mais de 9 meses pela frente; e em 9 meses muita coisa boa se faz.  Fato.  Fato é que muita coisa boa se fez, com certeza. Contudo, o volume da desgraceira não nos deu trégua e isso deprime qualquer ser vivente.  Afinal, viver num país violento e em pé de guerra, onde se busca relativizar a gravidade da morte de pessoas no meio da rua, não poderá jamais ser chamado de algo bom.

O fato é que eu ainda tento digerir o fato de que o Senhor Jair é meu presidente. Oh Céus... Oh vida... Oh azar! E, sendo assim, além das merdas costumeiras com as quais nós havíamos nos habituado, por algum tempo ainda teremos que aguentar um blá blá blá ideológico belicoso e sem sentindo de um governo de capacidade intelectual medíocre. E para mim tudo isso foi demais. Resolvi que estou de férias intelectuais do mundo, ignorando as disputas político-ideológicas do planeta e a gastar meu tempo com filmes, séries bobas e o futebol. “Panis et Circus” esse tem sido meu lema.

Ontem foi dia de bola. Oh vida... Oh céus... Oh azar! (risos, porque rir de mim mesma ainda é algo que mui me agrada) Última chance de ver meu time, o todo poderoso Timão, a colocar a mão em mais uma Taça nesse ano.  Poucas chances de nos classificarmos depois da derrota doída em casa, vero. Mas crer sempre na possibilidade da vitória faz parte de ser corintiana, e ontem torci em silêncio e focada. O oposto do meu vizinho de ovinho (ovinho é nome carinhoso do meu apartamento por sua grandeza liliputiana) que deve ter quase infartado pelo que pude ouvir do lá de cá da parede que divide as nossas salas.

O tal menino blasfema a plenos pulmões e solta sua energia toda contra paredes e móveis, creio eu, que já não me assusto com ele que parece estar a matar alguém em dias de jogo. Ele é apenas um tanto mais espalhafatoso nos momentos da bola, o que contrasta com sua gentileza cotidiana. Pois, o poder da catarse do tal Circo é mesmo algo que não se pode subestimar.

Não vencemos. Empatamos o jogo e estamos fora do campeonato. E agora, além de ser apenas uma espectadora da vida política do meu país, me resta assistir ao futebol durante o resto do ano apenas como mera observadora da graça ou da desgraça da vida dos times alheios. Ao Corinthians e a mim, nos resta a participação como meros coadjuvantes que estão mais a observar tudo que se passa. Que venha 2020; logo!



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