A Vida
Passaram-se
muitos anos como se fossem poucos, como se fossem um par de dias. E o tempo
passado importa tão pouco para as horas que agora se arrastam. Relativo é o
tempo, e desimportante a vida dos homens sobre a terra, tanto quanto miúda é a
minha. Enfileiro as letras e as palavras como Chronos enfileira horas e dias,
displicentemente. Não sei se em prosa ou poesia, escrevo as ideias perdidas
pela cachola que aqui encontram-se para comentar esta minha vidinha simples,
simplesmente minha.
Depois de tanto
tempo, todo o tempo que já tenho guardado nos bolsos das calças, sei que pouco
importa o que cada um de nós faz para além do nosso quintal porque a vida que
levamos é nossa, apenas nossa, e daqueles que guardamos no meio dos abraços colados
ao peito. E quase nada me importa o que as pessoas fazem para além deste meu
quintal onde cultivo flores, letras, abelhas, a luz do sol, passarinhos sem
gaiolas e meus amores novos e antigos. Que me importa o que pensam as pessoas
importantes desse mundo? Uma titica de galinha, diria minha avó. Digo eu.
Quanto tempo
tenho eu? Não sei; isso nunca se sabe. Apenas sei como quero usar o tempo que
ainda tenho. Rir é uma prioridade, ensinar um prazer, beber vinho, água, cerveja
e café vícios que levarei para sempre comigo, chocolate e sorvete são e serão uma
necessidade. A família de sangue e a da vida quero sempre levar comigo pois
neles tenho todo o conforto e o abrigo que necessito, viajar faz falta como nos
falta o ar com a máscara no rosto; ver o mundo areja a alma. A velhice
aproxima-se desavergonhadamente, contudo, já não tenho mais medo dela como
tinha antigamente. E isso é muito bom. Bora viver com gosto com os olhos e o
nariz mirando para frente!
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