O astro Rei e a nossa alegria
Nasci sob o
reinado de Pelé em sua grandeza suprema alguns meses depois da conquista do
tricampeonato em 1970. Edson já havia
deixado de ser um ser humano comum quando vim a este mundo e passara,
consagrado, a ser considerado Rei não apenas por seus súditos, mas por todo o
Mundo. Pelé é único e incomparável. Pelé é lenda viva, ser mitológico de carne
e osso que respira. Pelé é o Deus negro do Futebol.
É bem verdade
que depois dele, e antes dele, surgiram seres com super poderes sobre os
gramados. Didi, Garrincha, Jairzinho, Eusébio, Maradona, os nossos Ronaldos: Nazário
e Gaúcho, Messi, Cristiano, Mbappé... e tantos outros. Alguns excelentes atletas,
outros seres geniais. Verdade. Entretanto, e mesmo assim, não haverá jamais
alguém que se iguale a Pelé. Pelé é Pelé e ponto final. E nem mesmo o Sr. Edson
Arantes do Nascimento será, ao mito criado por ele próprio, igualável.
Pelé, ao
contrário de Edson Arantes do Nascimento e de todos os outros mortais, será
eterno e perfeito sempre. Um ser vindo ao mundo para bailar com a bola em campo
como se as regras da física fossem revogadas para que os dois se encontrassem
em estase. A bola de futebol enamorada por ele deixou-se conduzir com prazer,
ele apaixonado por ela a conduziu com a graça e elegância de ninguém mais. Os dois
dançaram juntos por muito tempo; por uma vida inteira.
Imaginar que o
Senhor Edson está no final de sua vida me assombra por tudo isso. Porque com
ele, mesmo que não totalmente, também partirá Pelé. Eu como sua súdita fiel
percebo agora o quão difícil será para mim encarar esta perda no futuro. Meu
mundo nunca existiu sem o meu Deus do futebol, e ter que aprender a estar sem
ele me machuca pois eu sei que seríamos um povo diferente se Pelé não existisse.
Não quero perder
Pelé porque somos em grande parte o resultado de seus feitos e suas conquistas.
O mundo nos reconhece em Pelé, nossa bandeira através das mais distintas e longínquas
terras é a camisa 10 por ele vestida. Nossa graça, nossa ginga, nosso orgulho
de sermos um povo mestiço e talentoso começou ali, em 1970, quando Pelé mostrou
ao mundo que éramos capazes de tudo. Éramos em 1970 e ainda somos todos nós,
brasileiros, uma parte de Pelé.
Pelé sambou
pelos campos e com eles fomos, e somos, felizes e plenos com alegria. Vida
longa ao Rei!
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