quinta-feira, 24 de março de 2011

Casa

Casa (vem fazer de conta)

Da Weasel

Era tudo quando ela me dizia,
“benvindo a casa”, numa voz bem calma
Acabado de entrar, pensava como reconforta a alma
Nunca tão poucas palavras tiveram tanto significado
E de repente era assim, do nada, como um ser iluminado -
Tudo fazia sentido, respirar fazia sentido,
Andar fazia sentido, todo o pequeno pormenor em pensamento perdido
Era isto que realmente importava,
Não qualquer outro tipo de gratificação
Não o que se ganha,
Não o que dizem de nós não, não, não
Um novo carro, uma boa poupança,
Nem sequer a família, ou a tal aliança - nada…
Apenas duas palavras e um artigo,
Formavam a resposta universal
A minha pedra filosofal
Seguia para dentro do nosso pequeno universo
Um pouco disperso - pronto disponível para ser submerso
Naquele mar de temperatura amena que a minha pequena
Abria para mim, sempre tranquila e serena
Tento ter a força para levar o que é meu
Sei que às vezes vai também um pouco de nós
Devo concordar que às vezes falta-nos a razão
Mas nego que há razões para nos sentirmos tão sós
Vem fazer de conta eu acredito em ti
Estar contigo é estar com o que julgas melhor
Nunca vamos ter o amor a rir para nós
Como queremos nós ter um sorriso maior
Bem-vindo a casa dizia quando saia de dentro dela
Bonito paradoxo inventado por aquela dama bela
Em dias que o tempo parou, gravou, dançou,
Não tou capaz de ir atrás, mas vou
Porque sou trapalhão, perdi a chave, nem sei o meu caminho
Nestes dias difusos em que ando sozinho definho
À procura de uma casa nova do caixão até a cova
O percurso é duro em toda a linha, sempre à prova
Tento ter a força para levar o que é meu
Sei que às vezes vai também um pouco de nós
Devo concordar que às vezes falta-nos a razão
Mas nego que há razões para nos sentirmos tão sós
Vem fazer de conta eu acredito em ti
Estar contigo é estar com o que julgas melhor
Nunca vamos ter o amor a rir para nós
Como queremos nós ter um sorriso maior
Por isso escrevo na esperança que ela ouça o meu pedido
De desculpas
De socorro
De abrigo
Não consigo
Ver uma razão para continuar a viver sem a felicidade a meu lar
Na minha casa, doce casa, já ouviram falar?
É o refúgio de uma mulher que deus ousou criar
Com o simples e unico propósito de me abrigar
Não vejo a hora de voltar lá para dentro, faz frio cá fora
Faz tanto frio cá fora que eu já não vejo a hora…
O calor é um alimento que eu preciso
O amor é apenas um constante aviso
Se sabes que eu não vivo dessa forma
Tu sabes que eu não sinto dessa forma
Tento ter a força para levar o que é meu
Sei que às vezes vai também um pouco de nós
Devo concordar que às vezes falta-nos a razão
Mas nego que há razões para nos sentirmos tão sós
Vem fazer de conta eu acredito em ti
Estar contigo é estar com o que julgas melhor
Nunca vamos ter o amor a rir para nós
Como queremos nós ter um sorriso maior (4x

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