segunda-feira, 28 de março de 2011

O 100º Gol do Ceni (o goleiro do Pedro)


Neste domingo aconteceu o quase improvável, aquilo que apenas os deuses do futebol poderiam ter tramado, pois que este capricho só eles mesmos poderiam arquitetar. Rogério Ceni, goleiro do São Paulo, marcou seu 100º gol frente ao meu amado Timão. Quem poderia imaginar que isso se daria assim? Vimos neste domingo um momento único (e nada alegre para mim), certo? Afinal, um goleiro marcando um gol já é algo raro, não? Imaginar, então, que o tal goleiro fosse Rogério Ceni a marcar seu gol de nº 100, tão importante e esperado, contra o Corinthians, equipe a qual os tricolores não venciam havia 04 anos... Ah, isso já é demais!
Era mesmo o dia do Sr. Ceni que, além do famigerado gol, fez boas defesas frente a meu ataque e impediu o empate ou mesmo a vitória do Corinthians Paulista. E como foi, e ainda será, comemorado o tal gol.  Mui prontamente, durante a partida, já recebi as primeiras mensagens de meus amigos são-paulinos. Hoje, no trabalho ainda tive que ouvir os gracejos sem-graça dos tricolores “em estado de graça”. Fazer o quê? Aquele que com ferro fere, com ferro será ferido certamente e, nestes momentos, melhor do que ninguém, tenho que entender a graça que há em gozar o “inimigo da bola”. Que graça há em ganhar sem poder fazer graça com quem perdeu?
Infelizmente, muitas vezes, torcedores fanáticos demais ou inteligentes de menos (ou até uma combinação dos dois fatores bem misturadinhos), ultrapassam os limites do bom-senso e perdem a graça e o fair-play que em todo jogo deve haver. Vemos nestes momentos aquilo que jamais deveria estar ligado a qualquer esporte e, muito menos, ao lindo futebol: cenas de violência, raiva e ignorância dantescas. E nestes momentos, temos certeza que muitos dos fanáticos torcedores não entendem o que realmente é uma partida de futebol: algo que nos ensina que só conhece o prazer de vencer aquele que já aprendeu que, vez ou outra, irá perder.
Bom, apesar de toda a chateação, restou-me ver, orgulhosa, o quão felizes estavam os tricolores por ter vencido o meu time do coração e não qualquer outro time comum. O tal gol tão esperado do Rogério não teria tanta importância assim se tivesse sido marcado contra qualquer outro time do planeta inteiro. Entendem eles, por tanto, o quão grande é a paixão da minha nação corintiana hoje e sempre, não? Restou-me também rir com meus amigos são-paulinos da minha própria desgraça e me alegrar um pouco com a alegria daqueles que estimo tanto.
Fiquei a imaginar a alegria do tricolor Pedro, meu afilhado de 04 anos e fã do Ceni, que toda vez que me vê pergunta sério e inconformado: “Madinha, por que você é cointiana?” Pois é, nós dois somos inimigos no campo, mas fora dele sabemos o quanto nos amamos mesmo assim.
Vai o 100º gol do Ceni para o Pedro, o meu Pê.

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