Somos todos bocas
Falantes e insuportáveis bocas que têm muito a dizer o tempo
todo
Muitos para falar. Ninguém para ouvir.
Bocas
Bocas
Bocas
Falando o tempo todo.
Dizendo o que não importa
Nem interessa.
O que não tem porquê.
Por vezes não sei se tenho mais vontade de gritar
Ou de calar. Ah!
O silêncio, queria o silêncio.
Mas o silêncio não existe, existem apenas bocas
Providas de línguas
Providas de úvulas. Malditas úvulas.
Malditas línguas que falam e produzem sons
Como se disso depende-se a vida,
Como se falar fosse tão importante quanto respirar.
Malditas.
Queria o silêncio, queria tê-lo,
Merecê-lo.
Mas o meu silêncio não existe.
(queria poder me calar)
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