Nosso ladino Presidente do Senado, o Sr. Calheiros. |
Há alguns anos li, num artigo
escrito pelo então presidente Zapatero no El País, que o Brasil passara por uma
transformação com Lula, o mandatário-mor brasileiro à época, que unira toda a
nação em prol de uma revolução econômica e social que tornava esta uma nação
mais justa, igualitária e melhor para todos. Lembro-me que, à medida que
avançava na leitura, me questionava que país era aquele descrito pelo “iludido”
espanhol. O Brasil era um país justo? O Lula uniu a nação? Quando, se eu nem
sombra disso vi?
Pouco tempo depois a ouvir o Sr.
Obama chamar nosso querido ex-presidente de “o cara”, a exaltar suas qualidades
como chefe de nossa nação, entrei em pânico: Deus meu, estamos mesmo enganando
todo mundo a propagar uma falácia em
escala global. O Mundo cria que éramos muito melhores do que, ainda hoje,
somos; e eu sentia-me mal sempre que qualquer gringo elogiava a minha “tão
melhorada” nação. Sentia-me parte de um embuste e sorria, amarelada como minha
bandeira, com um: Bom, não é bem assim não.
Entretanto, e entre tantos, como
toda mentira tem pernas curtas e não podemos enganar a todos durante todo o
tempo, nossa pose de nação-do-futuro e milagre-econômico deste milênio já não
engana a ninguém. Entre escandalosos casos de corrupção dentro e fora do governo
e uma absurda santa-inocência que cega Lula: o presidente que de nada sabe e que
nada vê, e centenas de projetos governamentais (o PAC entre outros) que consomem
muito dinheiro e do qual vemos muito pouco para além de inaugurações de
fachada, o Mundo começou a perceber que o milagre brasileiro não tinha sido
algo tão milagroso assim.
Em 2013 estamos, como sempre, a
fazer das nossas com uma maestria sem igual, de tal forma que deveríamos
registrar o substantivo “brasileirada” como: ação mal feita, errada por
princípio, geralmente ligada à corrupção e a leniência, que resulta num fato a
se lamentar no final. O governo a maquiar números de nossa economia para que a
situação pareça melhor do que realmente é, as obras de infraestrutura para a
Copa que não sairão do papel, a presidente a fazer graça depois do aumento dos
combustíveis na televisão, como se houvesse alguma, a inflação a mostrar suas unhas, o nosso PIB
de miséria, e etc. e tal.
A verdade é que desde a morte de
237 meninos e meninas em Santa Maria no sábado passado por simples e costumeira
irresponsabilidade e usura de um par de pessoas que agora tentam, à la Pilatos,
lavar as mãos, até a vergonhosa eleição do Sr. Renan Calheiros como presidente
do Senado brasileiro, (cargo do qual ele renunciou anos atrás para evitar uma cassação
por crimes de peculato, falsidade ideológica e falsificação de documentos)
nesta última sexta-feira, tem sido difícil ter um pingo que seja de orgulho de
ser brasileiro. Pois, somos ou não somos parte disso tudo também?
A única coisa que me consola é
que hoje, pelo menos, já não enganamos a mais ninguém. E eu já não tenho que
explicar que o país onde vivo, e o qual amo apesar de tudo, não é aquele que
aparece nos jornais ou na televisão por este mundão de meu Deus.
Boa semana, e um beijo a todos.
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