domingo, 3 de fevereiro de 2013

O Fim da Propaganda Enganosa

Nosso ladino  Presidente do Senado, o Sr. Calheiros.



Há alguns anos li, num artigo escrito pelo então presidente Zapatero no El País, que o Brasil passara por uma transformação com Lula, o mandatário-mor brasileiro à época, que unira toda a nação em prol de uma revolução econômica e social que tornava esta uma nação mais justa, igualitária e melhor para todos. Lembro-me que, à medida que avançava na leitura, me questionava que país era aquele descrito pelo “iludido” espanhol. O Brasil era um país justo? O Lula uniu a nação? Quando, se eu nem sombra disso vi?

Pouco tempo depois a ouvir o Sr. Obama chamar nosso querido ex-presidente de “o cara”, a exaltar suas qualidades como chefe de nossa nação, entrei em pânico: Deus meu, estamos mesmo enganando todo mundo a propagar uma falácia  em escala global. O Mundo cria que éramos muito melhores do que, ainda hoje, somos; e eu sentia-me mal sempre que qualquer gringo elogiava a minha “tão melhorada” nação. Sentia-me parte de um embuste e sorria, amarelada como minha bandeira, com um: Bom, não é bem assim não.

Entretanto, e entre tantos, como toda mentira tem pernas curtas e não podemos enganar a todos durante todo o tempo, nossa pose de nação-do-futuro e milagre-econômico deste milênio já não engana a ninguém. Entre escandalosos casos de corrupção dentro e fora do governo e uma absurda santa-inocência que cega Lula: o presidente que de nada sabe e que nada vê, e centenas de projetos governamentais (o PAC entre outros) que consomem muito dinheiro e do qual vemos muito pouco para além de inaugurações de fachada, o Mundo começou a perceber que o milagre brasileiro não tinha sido algo tão milagroso assim.

Em 2013 estamos, como sempre, a fazer das nossas com uma maestria sem igual, de tal forma que deveríamos registrar o substantivo “brasileirada” como: ação mal feita, errada por princípio, geralmente ligada à corrupção e a leniência, que resulta num fato a se lamentar no final. O governo a maquiar números de nossa economia para que a situação pareça melhor do que realmente é, as obras de infraestrutura para a Copa que não sairão do papel, a presidente a fazer graça depois do aumento dos combustíveis na televisão, como se houvesse alguma,  a inflação a mostrar suas unhas, o nosso PIB de miséria, e etc. e tal.

A verdade é que desde a morte de 237 meninos e meninas em Santa Maria no sábado passado por simples e costumeira irresponsabilidade e usura de um par de pessoas que agora tentam, à la Pilatos, lavar as mãos, até a vergonhosa eleição do Sr. Renan Calheiros como presidente do Senado brasileiro, (cargo do qual ele renunciou anos atrás para evitar uma cassação por crimes de peculato, falsidade ideológica e falsificação de documentos) nesta última sexta-feira, tem sido difícil ter um pingo que seja de orgulho de ser brasileiro. Pois, somos ou não somos parte disso tudo também?

A única coisa que me consola é que hoje, pelo menos, já não enganamos a mais ninguém. E eu já não tenho que explicar que o país onde vivo, e o qual amo apesar de tudo, não é aquele que aparece nos jornais ou na televisão por este mundão de meu Deus.

Boa semana, e um beijo a todos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário