Escrever começou como uma distração e transformou-se em uma mania. Uma escrita que faz as vezes de terapia de caráter solitário que torna-se algo realizado em grupo à medida que a divido com meus amigos. Esta foi a forma encontrada para eu me comunicar com aqueles, ou aquele, que estavam longe de mim; uma forma de amenizar a minha eternar carência de ser que pensa-se capaz de ser só, mas que, na verdade, está muito longe disso. Uma maneira de dizer minhas asneiras de forma mais concreta e perene. Um calo se pensar que aquilo que fica no papel, mesmo que seja este digital, não pode ser negado posteriormente fácil e cinicamente como aquilo que foi, simplesmente, dito. Pois que o dito fica pelo não dito não se aplica àquilo que é escrito. O escrito ganha vida para além de nós mesmos e, caso tenha valor, sobrevive por muitos mais anos do que os é capaz o próprio autor.
Claro me é que no caso dos meus
escritos não há valor algum agregado, a não ser a minha própria e egoísta
satisfação de tê-lo feito e algumas palavritas trocadas com amigos a respeito
do que foi escrito de forma, quiçá, mediana. Um exercício para a satisfação do
meu próprio umbigo, nada mais. Ou seja, algo tão útil à humanidade quanto os
domingos passados no mais completo ócio, algo tão benéfico quanto todo o
benefício que nós, os brasileiros, teremos com o advento da Copa do Mundo no
próximo ano por aqui. Ou seja, nenhum. (sorriso) E afinal toca-se no ponto que
deveria estar no princípio deste texto: A tal inutilidade da Copa do Mundo para
o nosso país.
Pois que, tal como os meus
textos, servirá para distrair-nos, entretanto, terá pouca ou nenhuma
importância para a população brasileira. Muito ao revés, nos configura como uma
fonte de gastos públicos desmedidos e mal orientados que beneficiará alguns
poucos, e já mui ricos, e não trará beneficio algum para o povo que sequer terá
condições para adentrar aos tais estádios em dias de Copa. E nada de melhoria
em nosso sistema de transporte público que em nossas terras é tido como coisa
de pobre, e cujos projetos em todas as cidades sede do famigerado campeonato
mundial sequer saíram da prancheta. E nada de milhares de empregos gerados para
além do trabalho voluntário e mal pago.
E necas de pitibiribas de modernidade
nos aeroportos, porque o que temos são reformas a meio do caminho que, com
quase toda certeza, não terão folego para cruzar a linha de chegada até meados
de 2014. Não senhores. Mas ganhamos os estádios mais modernos do Mundo, doze
deles. E a pergunta que fica é: precisava de tanto estádio novo assim? Precisar
não precisava, né? Mas ao que parece, esta era a forma mais óbvia e fácil de
arrancar dinheiro público das nossas mãos para distribuí-lo irmãmente entre os
eternos donos de nosso país. Espero que o Paul MacCartney, a Madonna, o U2 e
muitos outros façam muitos concertos por nossas terras, ou só quero-quero irá
caminhar por alguns dos nossos mais-modernos-estádios-do-mundo em cidades que
praticamente não têm times de futebol.
Seja lá como for e apesar de
todos os pesares, eu, como todo brasileiro, vou adorar ver as seleções do Mundo
de perto e, para assegurar tal feito, já garanti minha presença em jogos na
Copa das Confederações. Já que os ingressos para a Copa do Mundo estarão além
das minhas possibilidades, creio eu. E no melhor estilo “panem et circenses”
continuamos nós, latinos em nossa excelência. E que role a bola!
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