O País dos Chatos
Desde que a situação político-econômica
no Brasil tomou o rumo ladeira a baixo e nós deixamos de ser, mais uma vez, o
país do futuro, nós vivemos patrulhados e julgados pela opinião alheia. Vivemos
no país dos chatos! Pois, que de um repente temos amostras gratuitas e
voluntárias de que vivemos, deveras, num país varonil. Num país varonil,
extremado e dominado por cidadãos donos-da-razão maior e superior, quase divina,
que estão sempre mais que prontos a nos convencer de que é nossa obrigação ter
a mesma posição que eles têm. Pois, não é. Minha posição e opinião nesta vida
são minhas, sempre foram minhas e assim serão para todo o sempre amém. Respeito
a opinião alheia, contudo, ela não me faz falta para pensar, e vale lembrar que
as liberdades de pensamento e de expressão ainda são os maiores bens que temos
nesta vida.
E a verdade é que, não importando
para o lado da questão para o qual se olha e quem está a defender o quê, faltam
as análises mais profundas e fundamentadas da situação político-econômica de
nosso país e sobram os gritos de ordem vazios e, em grande parte, falaciosos e
desconectados entre si. Somos um povo que grita e, apesar de eu crer piamente
que isso é extremamente melhor do que o silêncio, me faria muito mais feliz ouvir um pouco mais
de razão e bom-senso e um pouco menos de emoção e raiva saídos de tantas
gargantas.
Pois, falta muita razão e sobra muito
extremismo por trás de tanto barulho e isso nunca é, ou será, bom quando o que
se discute é a vida política de uma nação. Não estamos na seara do futebol e,
portanto, não cabe aqui a paixão irracional e profunda, não há espaço para as ofensas
de baixo calão, não devemos sustentar qualquer uniforme que nos classifique e
separe. Não há um inimigo e nem ao menos dois lados claros e definidos nesta
estória. Não há mocinhos, mas apenas uma coleção invejável de bandidos mais ou
menos graduados por todos os lados.
Quando o que se busca é a
democracia e o bem estar social, mesmo que seja esta pálida democracia com a
qual estamos acostumados, o bom-senso e o diálogo devem sempre prevalecer. Portanto,
e sabendo bem o que eu quero. Quero que as leis valham para todos os cidadãos e
que não haja mais tantos privilégios absurdos em meu país, seja para os de
esquerda ou os de direita. Espero que a chatice
cesse e que aprendamos mais uma vez a conversar, logo.
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